29 setembro 2021

Racismo em debate | Carlos Medeiros




"O conceito de raça é uma construção social e histórica, assim como a sua desconstrução também o é. Ela exige mudanças profundas de diversas ordens: de perspectiva, de mentalidade, de leis, de projeto de sociedade. Lutas que seguem em curso, pois continuamos a assistir a reprodução sistemática da desigualdade na vida cotidiana. Para sermos capazes de promover essas mudanças tão fundamentais é preciso conhecer mais, entender, refletir, questionar… Por isso trazer o tema do racismo para o debate se faz cada vez mais necessário."

CABEÇAS PENSANTES (12) | E Deus criou os franceses/ Razões psicológicas do negacionismo etc. e tal

 




O negacionismo

Esse fenômeno universal que Thomas Ogden chama de "antipensamento", o aferrar-se a visões fantasiosas da realidade, a cegueira frente aos fatos, a ilusão de que "é assim, pois assim o desejo", adquire proporções assombrosas em agrupamentos. Unidas por algum propósito, as hordas tendem a sentir-se tão protegidas quanto poderosas, guiadas por um líder também idealizado, supostamente o único capaz de enfrentar o arqui-inimigo, insuflado pelo próprio aspirante a mentor, ou a rei, ou a Deus.
Idete Zimerman Bizzi, médica, psiquiatra e psicanalista em seu artigo Populismo e Antipensamento, publicado em Zero Hora de 18-19/set/2021


Como seria escrita a história da América pelos indígenas? José Saramago


Bossa-nova

A bossa-nova foi um fenômeno da Zona Sul do Rio de Janeiro, o que não diminui seus muitos méritos, mas relativiza seu aspirado status de música-símbolo de um país tão amplo, desarmônico e brutal. 
Michel Laub, em seu artigo Saudades de quê? publicado em Piauí de set/2021


Ser negro no balé

Foi muito difícil as pessoas me verem como bailarina clássica, sendo uma mulher negra. A gente tem ainda a questão do racismo cultural no Brasil, que é muito pesado, e quando é visto na dança é muito pior. O corpo negro é diverso, a mulher brasileira tem o corpo avantajado, nós temos curvas, totalmente diferente do corpo europeu, que foi onde o balé surgiu, mas nada disso impede a dança. 
Ingrid Silva, brasileira, primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem, Nova York, em entrevista ao jornal Zero Hora de 25-26/set/2021


E Deus criou os franceses

Deus criou o Céu e a Terra e o Dia e a Noite, e deu nome às plantas, aos bichos e às coisas. Mas também era preciso dar nomes aos sentimentos e às emoções, à perplexidade e a situações inusitadas, se, sentindo-se despreparado para a tarefa, Deus criou os franceses. Luis Fernando Verissimo, em sua crônica Hélas, reproduzida no livro Ironias do Tempo.


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27 setembro 2021

CORA CORALINA | Poema "Todas As Vidas"

Enquanto isso em 1891...

 



"Casamento - Senhor, finlandês (32 anos), deseja esposar uma senhorita não mais velha do que 25 anos. Carta e fotografia como posta-restante a Ŝercanto ("aquele que procura"), Helsingfors, Finlândia. Fotografias não convenientes serão reencaminhadas." (Anúncio em esperanto)

AMEAÇA A PORTO ALEGRE | Mina de carvão poderá transformar o lago Guaíba numa cloaca tóxica

 

Na contramão de tudo que se apregoa para enfrentar a crise climática já iniciada, projeta-se a criação de uma mina de carvão a céu aberto, em uma área de 4 mil quilômetros entre os munícipios de Eldorado do Sul e Charqueada, às margens do rio Jacuí, a 12 km de Porto Alegre e de sério impacto ecológico para a região. A ideia é a extração de 166 milhões de toneladas de carvão em duas décadas, criando um "lixão químico" segundo o geólogo Rualdo Menegat em função de metais pesados, altamente tóxicos. Na lisa, mercúrio, cádmio, chumbo e arsênio.

"Oito associações médicas já alertaram sobre os danos à saúde humana, pois até a poeira é tóxica e contém metais pesados. O médico Paulo Wageck fez o cálculo: em 20 anos de vida, as explosões contaminantes equivalerão a duas bombas atômicas de Hiroshima", conforme lembrou o jornalista Flávio de Tavares em sua coluna de jornal recentemente. (vide fontes).

A mina, se instalada, prejudicará seriamente as lavouras de arroz da região e os detritos da mina irão parar no rio Jacuí, desencadeando um processo de poluição que atingirá o lençol freático que chega ao delta que forma o lago Guaíba, fonte natural de água potável para cidades à sua margem: Porto Alegre, Eldorado do Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro e Viamão. O lago corre o risco de transformar-se numa verdadeira cloaca tóxica.

Fontes |
Novas Façanhas, artigo do jornalista Flávio Tavares para sua coluna de jornal publicada em Zero Hora de 18-19/set/2020.



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Pampa gaúcho | Ameaça de extinção

25 setembro 2021

MINHAS IDEIAS regadas a vinho (21) | Planeta primitivo/ O esperanto é fácil de aprender?/ Massacre de golfinhos/ Pesadelo etc. e tal

 




Planeta primitivo

As civilizações planetárias que nos auxiliam neste momento de transição de uma era para outra, dado o alto grau de evolutivo que ostentam, de natureza moral e intelectual, consideram-nos simplesmente um planeta primitivo, envolto em guerras fraticidas, com privilégios de toda ordem para o usufruto de uma casta social às voltas com a busca desenfreada por poder e riquezas materiais, em detrimento das necessidades básicas da sociedade como um todo. Mas enfim, "os tempos são chegados", em que todo um sistema injusto e iníquo, baseado na exclusão pura e simplesmente, forçosamente sucumbirá para dar lugar a um conjunto de novos paradigmas civilizatórios, já em fase de gestação.


Igrejas caça-níqueis
deveriam aceitar gays em suas fileiras. Aumentariam suas margens de lucros, pois afinal de contas é isso que realmente interessa.


Assassinato em massa de golfinhos na Dinamarca. E esse mundo ainda fala em paz... A humanidade não merece a paz. Faça por merecer.


Propagandeia-se tanto ainda no quanto o esperanto é uma língua fácil de aprender. Não existe língua fácil de aprender. Todo idioma novo que queiramos dominar exige empenho e muito estudo. O que ocorre é que a língua iniciada por Zamenhof, por ter sido planejada, apresenta muitas facilitações em sua aprendizagem em face de outras línguas.


A "ameaça comunista" é o ganha-pão de muitos políticos brasileiros.



Aproxima-se o final de mais um ano. Nunca senti o tempo passar tão depressa quanto neste 2021. A sensação que o tempo passa mais depressa, insisto, não tem nada a ver com a vida corrida que se leva, como dizem alguns. Levo como aposentado, e ainda mais vivendo a situação de isolamento social, uma vida longe de correrias de toda ordem e mesmo assim sinto o impacto da situação. Segundo dizem, a sensação de passagem mais rápida do tempo deve-se ao fato de que o planeta passa por mudanças em termos vibracionais e isso afeta nossas mentes.


Por um lado, recordes de lucros do agronegócio, por outro, recordes de fome. Há quem ache isso muito natural. "Há pobres porque Deus assim o quer", diz a baboseira de caráter religioso que sempre rolou por aí.


Uma pergunta: a realidade política atual deste pobre país é real ou estou tendo um pesadelo acordado?

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23 setembro 2021

Teresa Cristina, a última imperatriz do Brasil

Se Newton vivesse hoje...

 


Climatologista alerta: "Estamos cometendo um ecocídio. Chegamos ao nosso limite."

 

Francisco Eliseu Aquino, 51 anos, professor de Climatologia e Oceanografia da UFRGS-Universidade Federal do Rio Grande do Sul e diretor substituto do Centro Polar e Climático da instituição, dedica-se aos estudos da Antártida e das mudanças climáticas já há um bom tempo. Em entrevista recente à imprensa (vide fonte), esclareceu várias questões relativas à crise climática e fez um alerta, que inclui de maneira especial a situação do Rio Grande do Sul: Estamos cometendo um ecocídio de consequências muito sérias. A seguir, alguns tópicos extraídos da entrevista:


O aquecimento global já era previsto desde os anos 60 e 70, com a emissão de gases de efeitos estufa, o uso de carvão e desmatamento irresponsável.

Ainda que de uma maneira rudimentar, já eram previstas a intensificação das alterações climáticas na Região Sul do Brasil, com tempestades cada vez mais intensas nos meses quentes e frios mais intensidades com tempestades de maior impacto, num contexto que combina a bacia do Prata, Andes, Antártida e Amazônia.

"Uma atmosfera mais aquecida carrega mais vapor d'água, alimenta mais as nuvens e deixa-as com capacidade de volume de chuva e tempestades mais intensas", disse o especialista.

Os eventos de chuva concentrada no RS provoca situações de fortes chuvas em 24 horas e o restante do mês sem chuva, numa situação de precipitação pluviométrica mal distribuída, causando seca e enchentes devastadoras ao mesmo tempo.

"Quando há nas margens dos rios ou nas áreas de formação de mananciais ou nascentes vegetação preservada, elas guardam essa umidade e vão cedendo lentamente." Essa preservação não está sendo observada.


Em consequência da situação, Aquino prevê que a agricultura gaúcha sofrerá grandes impactos entre os anos 2025-2040 e espera, em razão disso, que os futuros gestores públicos atentem de fato para uma agenda do meio ambiente a fim de amenizar-se a situação.

Chegou-se a um ponto em que não mais será possível reverter a situação por completo, mas atenuá-la com medidas de há muito especificadas: "diminuição da emissão de gases, melhoria do transporte público, investimento em energia alternativa limpa". Faremos isso na prática?

Fonte |
"Estamos cometendo um ecocídio. Chegamos ao nosso limite", entrevista de Aline Custódio com o Prof. Francisco Eliseu Aquino para o Caderno Doc, de Zero Hora de 18-19/set/2021

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Pampa gaúcho: ameaça de extinção


20 setembro 2021

Porto Alegre | A Av. Farrapos no dia da morte de Getúlio Vargas (1954) e na Campanha da Legalidade (1961)

 




Escrita por Zara Gerhardt, a crônica A avenida publicada recentemente na revista digital Parênteses aborda alguns dos episódios ocorridos na Av. Farrapos, uma das mais importantes artérias da capital gaúcha, que liga o centro da cidade ao aeroporto, por ocasião do ato suicida de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954 e do episódio da chamada Campanha da Legalidade, em 1961.

Àquela época, conta a cronista, ainda criança, não existiam ainda faixas de segurança nem tampouco semáforos ao longo da a avenida. Morava num prédio residencial na esquina da Farrapos com outra rua. Naquele dia fatídico, lembra ela, as aulas do colégio foram suspensas. Sem telefone para o contato com os pais, as próprias professoras se incumbiram da tarefa de levar as crianças de volta para suas casas. Sua própria mãe, professora, "atravessou a Farrapos com pencas de crianças em cada uma das mãos, incluindo vizinhos, a filha e sobrinhos".

Sua avó, "calejada de revoluções e levantes" tratou de ir ao armazém para suprir o lar com alimentos não perecíveis, querosene para o fogareiro, fósforos e velas. Pelo rádio, notícias alarmantes: o Diário de Notícias, do grupo Diários Associados, de Assis Chateaubriand, foi empastelado, tendo suas máquinas sido jogadas na calçada; a turba enraivecida atacou estabelecimentos comerciais que lembrassem ainda que remotamente origem norte-americana, como foi o caso da Importadora Americana, que teve suas vidraças quebradas.

Na Campanha da Legalidade, em 1961, liderada por Leonel Brizola, para que João Goulart, vice-presidente da República, assumisse a presidência em função da renúncia de Jânio Quadros, situações semelhantes tomaram conta do dia a dia das pessoas que moravam nas redondezas. Escolas foram fechadas, aquisição de alimentos para serem estocados em casa. Expectativas de guerra civil, boatos sobre navios de guerra norte-americanos aproximando-se da costa gaúcha, tanques de guerra passando pela Farrapos, fazendo o chão tremer. Felizmente, a tensão acabou em 1º de setembro, com o desfile de chegada a Porto Alegre de João Goulart, sem mais impedimentos para assumir seu novo cargo,  passando numa limusine, vindo do aeroporto, sob os aplausos da multidão que se aglomerou em pontos da avenida.

Quanto a mim, em 1954, encontrava-me em Alegrete, cidade da Campanha gaúcha, ocupado em dormir e mamar, já que tinha nascido dois dias antes... Meus pais já moravam em Porto Alegre, numa rua próxima à Farrapos, mas minha mãe preferiu ter seu primogênito junto à minha avó e tias, já casadas, que poderiam lhe dar uma assistência maior, marinheira de primeira viagem... Em 1961, meu pai houve por bem colocar a família num trem que nos conduziria para Alegrete. Porto Alegre vivia a ameaça de o Palácio Piratini, sede do governo estadual, ser bombardeado pelas forças golpistas.

Pandemia | O drama de motoristas e cobradores de ônibus urbanos

 




Reportagem da revista Piauí de setembro mostra o drama vivido por motoristas e cobradores de ônibus de linha, que são obrigados a enfrentarem a pandemia como podem, vivendo o medo e a insegurança diante da possibilidade de contraírem o coronavírus, que já matou muitos de seus colegas.

A reportagem cita como exemplo o motorista Renato Galdino, de São Paulo, que trabalha durante oitos horas diárias conduzindo um ônibus de janelas vedadas, muitas vezes lotado de pessoas. "Cada vez que o motorista de 41 anos ouvia alguém espirrar ou tossir dentro do veículo, a apreensão dele aumentava. (...) É sufocante dirigir com a máscara sem ter ar circulando, comentou ao repórter que escreveu a matéria. Levar o vírus para sua casa e infectar seus familiares constituía-se em seu maior receio. A linha em que trabalha tem um percurso de  8km e ele transporta algo em torno de 600 passageiros por dia. Chega à garagem dos ônibus lá pelas 4h da manhã, munido de sua máscara de tecido e um frasco de álcool em gel.

Certo dia, no início de maio de 2020, sentiu dores pelo corpo e cansaço. Contraíra a covid-19. Em função das dificuldades em respirar, procurou um hospital. Sentia medo de morrer, tal  como outros colegas seus, "uns vinte" afirmou ele, entre motoristas e outros profissionais do serviço. Deu alta três dias depois e ficou duas semanas em casa isolado no quarto. Após esse período, voltou ao trabalho, mais cuidadoso do que nunca. Sua mulher também infectou-se, mas com sintomas leves.

Em São Paulo, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no primeiro quadrimestre deste ano, "a categoria dos motoristas de ônibus urbanos ocupa a nona profissão entre as profissões que mais registraram desligamento do trabalho por morte". Porém na comparação com os dados com 2019, do mesmo período, a ocupação de motorista foi aquela que registrou o segundo maior aumento de mortes - 631 casos em 2021.

As causas maiores são conhecidas: motoristas sem medidas de proteção alguma contra o vírus, trabalhando muito próximos dos usuários, sem nenhuma barreira física, muitas vezes trabalhando inclusive como cobradores. É interessante lembrar a pesquisa realizada em Recife pela Fiocruz de Pernambuco, em fevereiro deste ano, a maior incidência de vírus ocorre justamente  nos terminais de ônibus. (Veja linque abaixo a respeito)

Yuri Lima, pesquisador da UFRJ, lembrou a ausência de uma coordenação por parte do governo federal com vistas a determinar, desde o primeiro momento da pandemia, uma relação de categorias profissionais prioritárias em termos de vacinação, como prioritárias. Motoristas de ônibus estavam de fora da primeira leva. A escolha muitas vezes é feita levando em conta um caráter político: sindicatos mais fortes, com maior representatividade no Congresso e em condições de mobilizar a mídia têm mais chances de gozarem de prioridade.

De acordo com Célia Maria da Silva, psicóloga clínica do Sest Senat - Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, de Teresina, Piauí, "houve uma aumento expressivo no número de motoristas e cobradores com transtornos psicológicos e psiquiátricos durante pandemia", sendo que o problema mais comum é a ansiedade. Transtornos de estresse pós-traumático também ocorrem em função da perda de colegas de trabalho e o medo de contaminação. "O medo não é nem tanto por si, mas pelos filhos, pela esposa, pelas pessoas que eles amam", afirmou a psicóloga.

Fonte |
O medo é constante, chefe, reportagem de Tiago Coelho publicada na revista Piauí de set/2021.

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Pesquisa da Fiocruz-PE



18 setembro 2021

Prima Vera

E a passarinhada já anuncia ruidosamente a chegada i(e)minente da primavera.

Deu pra ti, inverno!

17 setembro 2021

MINHAS IDEIAS regadas a vinho (20) | Voltér/ Abuso sexual/ Capitu/ Civilização x Barbárie/ Lema do Capitalismo/ Bicho-papão etc. e tal




O pai arranjou um tempinho para ir ao cartório registrar o nome do novo rebento: Voltér. Voltér Peixoto da Silva. Considerava-se um grande admirador do ilustre filósofo francês, embora só tivesse lido na vida apenas duas ou três citações suas. O acento agudo no "é" ficou por conta do funcionário que o atendeu. Pra evitar confusão na pronúncia, explicou-lhe. Enquanto isso, em casa, sua mulher fazia um mingauzinho para a primogênita, ainda pequena: Maria Antonieta. Nome esse em homenagem a uma grande rainha da França, esclarecia o pai muitas vezes, um admirador da França e suas ilustres figuras históricas. A mãe mexia o mingau no fogo para não embolar enquanto Napoleão, o gato,  enroscava-se feliz em suas pernas. Naná para os íntimos.


7 de setembro: as viúvas da Redentora chamam-no agora de "frouxo". Tem lógica.


Castração mental de cunho religioso também é uma espécie de abuso sexual, diz Carlos Harmitt, meu astrólogo favorito. Assino embaixo.


Volta e meia deparo-me com a questão tão velha quanto o mundo: afinal, Capitu traiu o não traiu Bentinho em Dom Casmurro, de Machado de Assis? (*). Em minha modestíssima opinião, o Bruxo de Cosme Velho não se decidiu por nenhuma das alternativas. Simplesmente deixou a coisa no ar, assegurando assim uma distinção maior para sua personagem feminina no futuro, já prevendo de antemão as polêmicas que renderiam.


Pelo visto, a questão no Brasil transcende ao mero debate entre Esquerda x Direita. Civilização x Barbárie, isso sim.


O lema maior do Capitalismo, como até as amebas sabem, parece ser o seguinte: lucro  privatizados, custos e riscos socializados. 


A prefeita da Cidade do México decidiu não recolocar a estátua de Cristóvão Colombo, iniciador do genocídio dos povos americanos, no lugar tradicional. Em seu lugar, haverá a estátua de uma índia olmeca. Pra mim, tudo insere-se neste momento de transição vivido pelo planetinha. Velhas ideias, velhas posturas necessariamente vão ser substituídas por novas porque a História assim o quer. Sempre quis.


O comunismo é o Bicho-papão das criancinhas adultas deste país.


E começou o processo de desilusão com a maior farsa montada na história deste pobre país. Bem, des-iludir-se faz bem pra tosse. Recomendo.


Nas boas casas do ramo, o livro Como as democracias morrem, de Steven Levitsky. Democracia? Qual? Essa baseada no dinheiro? Sim, porque não conheço nenhuma outra.


(*) Segundo a lenda, Machado ganhou a alcunha de "Bruxo do Cosme Velho", por parte de seus vizinhos, porque certa vez andou queimando cartas em um caldeirão dentro de casa. Morava na rua Cosme Velho, sul do Rio de Janeiro.


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https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/09/minhas-ideias-regadas-vinho-19.html


14 setembro 2021

CABEÇAS PENSANTES (11) | Por que não houve uma cúpula mundial sobre a pandemia?/ A Globo e Eduardo Leite etc. e tal

 





No princípio era a verba. Casseta & Planeta


A Globo fez uma aposta pesada em Eduardo Leite como nome para a terceira via, mas parece estar desistindo. Pode ter descoberto que o tucano é paroquial, quase provinciano, sem asas e plano de voo para ares e alturas nacionais. Moisés Mendes, jornalista do Extra Classe, DCM e Brasil 247



Viver é a coisa mais rara do mundo. A maior parte das pessoas apenas existem. Nietzsche


A vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo planos. John Lennon



Por que, numa emergência mundial, não houve uma cúpula internacional para divisar como lidar com a pandemia em nível global? Por que não se despejaram recursos na fabricação e distribuição de vacinas, a partir do momento em que os testes mostraram sua eficácia? Por que não foram desenhadas normais mundiais para vacinação? Por que não foi desenhado um protocolo comum de como manter distanciamento, como usar máscaras, como manter ambientes ventilados - e esse protocolo traduzido em múltiplas línguas e adaptado para diferentes realidades, seguindo um princípio único? Cristina Bonorino, imunologista, pesquisadora 1B do CNPq e professora da UFCSPA, em seu artigo Perguntas e respostas, publicado em Zero Hora de 11-12/set/21


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13 setembro 2021

Do dicionário de porto-alegrês (2) | "Adeus, tia chica!"/ "A-fim"/ "Aguentar o tirão/ tranco" etc. e tal

 




Adeus, tia chica

"Nunca mais", tanto num sentido positivo como negativo: Se não conseguir o dinheiro, adeus tia chica!


A-fim

Grafado com hífen para diferenciar-se de afim. (*) As gurias  tão tri-afim de ir conosco pra praia. "Querer muito".


Aguentar

"Esperar": Aguenta aí que já te atendo.


Aguentar o tirão/tranco

"Suportar", "assumir uma responsabilidade": Aguenta o tirão que tudo vai dar certo!


Aí é brabo!

Referência a uma provável situação embaraçosa, problemática que possa ocorrer: Se não conseguir o dinheiro, aí é brabo!


Amarrado

Designação dada a uma pessoa lenta, que faz tudo sem pressa: Feliciano é um sujeito muito amarrado pra fazer as coisas!

(*) Sugestão gráfica dada pelo autor consultado


Fonte |

Dicionário de Porto-Alegrês, de Luís Augusto Fischer. Ed. Artes e Ofícios, 1999.


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https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/08/do-dicionario-de-porto-alegres-01-dar.html



09 setembro 2021

MINHAS IDEIAS regadas a vinho (19) | Saudosistas de Stálin/ Vaca Louca/ "Ira do Senhor" etc. e tal

 




Na segunda década do séc. 21 ainda há um setor da "esquerda" que ainda reverencia a memória de Stálin e Mao, apesar de todos os males que praticaram em suas respectivas ditaduras ferrenhas. Pois eu digo que fora da liberdade, igualdade e fraternidade não há socialismo digno desse nome. Sim, o negacionismo de esquerda também existe.


Em sete de setembro, o cão apenas latiu.


Novo surto de vaca louca no país. Bem, uma loucurada a mais ou a menos, não faz muita diferença.


Lido por aí: "Deus me livre, mas quem me dera!"


Lido por aí: "O tipo mais desprezível de religioso é aquele que ameaça a gente com a 'ira do Senhor', como se Deus fosse o jagunço pessoal dele."


Como diria o negacionista: Só sei que tudo sei.


"E aí, qual foi?" Eu agora estou me atualizando com a gíria carioca.


Neste pobre país, entenda-se por "materiais didáticos menos ideológicos" apregoados pelo MEC atual, pura e simplesmente "materiais com ideologia de direita", como bem observou o jornalista Luigi Mozza em reportagem recente sobre o desmanche de todos os avanços obtidos pela pasta nos últimos tempos.


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08 setembro 2021

Setembro Amarelo | A questão do suicídio

 





De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, registraram-se em 2020 quase 13 mil casos de suicídios no Brasil, dos quais 1.383 no Rio Grande do Sul. A campanha Setembro Amarelo, uma iniciativa em conjunto do Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, realizada desde 2015, tem como objetivo reforçar ideia de que devemos, tanto quanto possível, identificar comportamentos suicidas nas pessoas, estabelecer um diálogo com elas a acerca de seu sofrimento e intervir através da busca de um tratamento adequado.

Para Vitor Calegaro, psiquiatra e professor da UFSM-Universidade Federal de Santa Maria, "todo comportamento ou ato suicida tem origem em transtornos mentais, é um mito achar isso é um livre arbítrio. Na verdade, isso acontece porque a pessoa está passando por um transtorno tão grande, uma dor, um sofrimento tão insuportáveis, que ela não vê solução para aquilo." Tal situação precisaria ser diagnostica e tratada por especialistas.

Para o especialista, a ideia ou ato de atentar contra a própria vida tem como incitadores principais a depressão, a bipolaridade e o abuso de bebidas alcoólicas. Edilson Pastore, psicólogo e coordenador de pesquisa e ensino da Clínica Pinel, em Porto Alegre, chama a atenção para o faro de que "evitar o suicídio de uma pessoa é preservar a vida de várias outras, é evitar que elas desenvolvam transtornos psiquiátricos em razão desse episódio. Evitar o suicídio é uma ação que tem múltiplos efeitos."

Fonte |
Atenção à Vida, matéria de Iarema Soares, publicada em Zero Hora de 4-5/set/2021, no caderno Vida.

06 setembro 2021

Imperatriz Leopoldina e o esquecimento histórico feminino



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Maria Leopoldina de Áustria, a imperatriz que arquitetou a independência do Brasil

Maria Leopoldina de Áustria, a imperatriz que arquitetou a independência do Brasil

 



Esquecida pela historiografia oficial, cuja a tendência é relegar à mulher um papel secundário do ponto de vista da História, Maria Leopoldina de Áustria, primeira imperatriz do Brasil, casada com Dom Pedro 1º, foi uma figura de destaque no episódio da independência do Brasil em setembro de 1822, segundo muitos historiadores.

Carolina Josefa Leopoldina de Hagsburgo-Lorena (1797-1826), nascida em Viena, era filha do Imperador Francisco 1º da Áustria e tinha o título de arquiduquesa. Em função dos casamentos dinásticos tão comuns na época, Leopoldina acabou casando com Dom Pedro de Alcântara, quarto filho do rei Dom João 6º de Portugal, vindo a receber mais tarde o título de imperatriz consorte do Império do Brasil. Era cunhada de Napoleão Bonaparte. Maria Antonieta, rainha da França, tinha sido sua tia-avó.

Sua educação foi esmerada, o que incluía embasamento em política internacional e até mesmo noções administrativas, sem falar numa ótima formação de cunho cultural. Sua formação incluía os estudos de alemão, francês, italiano, latim, inglês, grego, dança, desenho, pintura, história, geografia, música, tendo especial interesse por botânica e mineralogia.

Muitos historiadores da atualidade destacam seu importante papel no que toca às articulações para a independência do Brasil. Para o historiador Paulo Rezzutti, autor do livro D. Leopoldina - a história não contada: a mulher que arquitetou a independência do Brasil, dentre outras obras sobre a família imperial, teve uma atuação de destaque no processo. Como conselheira do marido,  desempenhou um papel importante no episódio conhecido como Dia do Fico, em que Dom Pedro I decide não cumprir as ordens da Corte Portuguesa para retornar a Portugal, além de outras decisões de vulto, entre elas a política de imigração de alemães. A colônia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, recebeu esse nome em homenagem a ela.

Além de sua afeição ao Brasil, tornando-a uma figura real bastante popular junto ao povo, mais do que o próprio marido. Leopoldina, por outro lado, temia que os excessos liberais acabassem ameaçando a legitimidade dinástica dos Habsburgo e Bragança, motivo fundamental para aliar-se às ideias de independência do país.

Em setembro de 1822, em função da viagem de Dom Pedro 1º a São Paulo, a fim de enfrentar as ameaças de tentativa de independência da província, o que poderia provocar uma guerra civil, o imperador entrega o poder à esposa, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil. Ao tomar o conhecimento de ações planejadas em Lisboa contra o Brasil, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, então ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, considerado o Patriarca da Independência, Leopoldina escreve ao marido sugerindo a ele a independência do país. Segundo consta, foi ela que idealizou a bandeira nacional, com o verde simbolizando a família Bragança e o ouro, a família Habsburgo. 

A imperatriz Leopoldina acabou falecendo em 11 de dezembro de 1826, no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. Não se sabe ao certo a verdadeira causa de sua morte: se em função de uma infecção ou por ser vítima de um sério processo de depressão, abalada pelos escândalos e humilhações sofridos em razão das aventuras extraconjugais do marido. Seu filho mais novo, Pedro (1825-1891), herdou o trono como segundo e último monarca do Brasil.


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Maria Leopoldina e o esquecimento histórico feminino

https://www.youtube.com/watch?v=6N0FOdHqKOc


Fonte |

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Leopoldina_de_%C3%81ustria

 

Imagem | Joseph Kreutzinger, Public domain, via Wikimedia Commons

02 setembro 2021

Onde está Deus diante da tragédia do Afeganistão?

 

Antes de mais nada, é interessante deixar claro que o texto que se segue não tem nenhum caráter proseletista. Cada um com suas próprias convicções. Tenho as minhas a respeito dessa questão em particular e estou fazendo uso deste meu pequeno canal de expressão pessoal para expô-la. Pois é, onde está Deus diante da tragédia do Afeganistão? O que é feito da propalada Misericórdia Divina? Para mim, não se trata de uma pergunta tão difícil de responder, graças a minha formação de espírita, hoje em dia tendo renunciado a todo e qualquer ismo, embora siga com mais atenção os posicionamentos e ensinamentos da chamada Ufologia Espiritualista, que têm um caráter muito mais abrangente ao meu ver.

Mas enfim, vamos à questão. Em primeiro lugar, é bom se diga que vivemos na atualidade o momento mais importante do planeta que nos abriga. Aquilo que o Apocalipse ("revelação" em grego) vaticinou em linguagem hermética e alegórica vai se concretizando nesta geração. Não se trata de nenhum "fim do mundo", mas os derradeiros dias desta envelhecida civilização de 7 mil anos, que forçosamente dará lugar a uma nova, com novos paradigmas civilizatórios. Guerras, luta pelo poder e riquezas a todo custo? Game over... Neste contexto, são tempos de grandes resgates cármicos até mesmo de caráter coletivo, como é o caso inclusive do Haiti e de outras regiões do mundo esquecidas pela grande mídia, diga-se de passagem. Isso não implica uma postura de indiferença por parte dos não envolvidos diretamente na aflição de tantos. Muito pelo contrário: a empatia e compaixão devem se fazer presentes, mitigando de alguma forma o sofrimento coletivo. A Inteligência Universal (fato que se será cada vez mais discutido no mundo acadêmico), também chamada de Deus, Criador Incriado, Fonte Criadora, seja a designação que tiver, estabeleceu suas leis de abrangência universal, dentre elas aquelas relacionadas ao processo evolutivo e reeducativo dos seres que criou, como a Lei de Causa e Efeito (Karma). Por outro lado, todo socorro que possam ter servem como lições de solidariedade e fraternidade que espera-se tenham guarita em seus íntimos.

Aliás, os mesmo responsáveis por tamanha desgraça, tão insensíveis ao sofrimento que causam aos outros, já têm um destino traçado: o exílio planetário. Algum dia, no mundo que os abrigar, para reaprender as lições que foram esquecidas, ou por outra, nunca assimiladas, sofrerão as mesmas consequências de seus atos. E quem sabe, alguém condoído por sua sorte, estará igualmente se perguntando: onde está Deus diante desse sofrimento todo?

01 setembro 2021

Puertas

 



Hay ausencias que marcan el entorno

y son tinta indeleble en la memoria,

e integran nuestro hacer cotidiano.

Hay historias que deben ser contadas

intentando ser oídas por los nuestros,

la mentira intenta callarlas

interponiendo sombras, tristeza e desamor.

Y aún así me animo a abrir puertas.


> Amanda Ackermann



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