15 janeiro 2024

MACEIÓ: angústia de um povo | África repartindo-se em duas? | STF: calibrando o calendário | Mera casualidade?

 



No Brasil, a imprensa é muito séria.
Se você pagar, eles publicam até a verdade.

Juca Chaves
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TRAGÉDIA |
Maceió: angústia de um povo

Cinco bairros na capital alagoana estão condenados em função dos sérios problemas de desmoronamentos causados pela Braskem em suas 35 minas de sal-gema escavadas com cerca de 1 km de profundidade desde a década de 70, numa área que engloba cerca de 20% de Maceió e razão pela qual umas 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Quitéria Nunes dos Santos, moradora que ainda se mantém em sua casa, como tantos outros, assim se manifestou em matéria publicada na revista Piauí de janeiro *: 

"Eu fico pensando: será que vou morrer hoje? Não durmo por causa do medo que tenho desse teto cair em cima de mim ou de o chão se abrir numa cratera. A gente fica perdida sem informação. Uma hora nos diz que vão nos evacuar à meia-noite, outra hora dizem que pode abrir um buraco do tamanho do Maracanã."

* De autoria de Victor Moriyama, fotógrafo, que produz trabalhos sobre conflitos socioambientais no Brasil. 



GEOLOGIA |
A África vai se repartir 
em duas?

Desde 2005, os cientistas observam um fenômeno que está ocorrendo na África: uma fenda subterrânea de 3.500 km de extensão que está dividindo o continente em duas partes, o poderá determinar a criação de um novo oceano entre elas. O que é conhecido como "Fenda da África Oriental" não é nada novo. Começou a formar-se há 30 milhões de anos em duas placas: a da Somália e a da Núbia e atravessa vários países africanos, como a República Democrática do Congo e o Quênia. Calcula-se em alguns milhões de anos ainda para que o processo chegue ao seu final, mas o fato é que anos atrás uma fenda de um quilômetro abriu-se no Quênia, causando estragos em uma estrada.

Fonte | Como um novo oceano deve se formar devido a uma fenda que está partindo a África, matéria publicada no saite www.canalhistory.com.br em 01/abr/23.




LÍNGUA|
Do dicionário de porto-alegrês

Me dá um nervoso = Em vez de "um nervosismo".

Não existe = Comentário que significa tanto elogio como reprovação, conforme o caso: "Esse cara não existe!"

Não inventa = Expressão de caráter repreensivo: "Guri, tu não me inventa de chegar tarde hoje novamente!"

Fonte | Dicionário de porto-alegrês
de Luís Augusto Fischer (L&PM, 2022)



Café & Ideias |

Ter saudades das música brasileira dos anos 70 não é mero saudosismo. É lamentar a mediocridade atual do sucesso fácil e rasteiro. *** Explorado no Brasil também atende pelo nome de "colaborador". Que lindo! *** Em salas de cinema, no verão, deveria haver uma lareira acesa pra gente se aquecer. *** Fala-se em anistia... Afinal, quando será que o famoso jeitinho brasileiro vai continuar se sobrepondo ao senso de justiça em muitas situações?! *** Quem acha que tudo que existe no Universo seja apenas uma mera obra do acaso, confia por demais nas possibilidades da casualidade. *** Fui uma criança precoce. Já vivia minha "melhor idade"...


HIPOCRISIAS |
Ir para o Céu

Antes de ser queimado pelos espanhóis,
o cacique Hatuey foi perguntado se ele queria
aceitar Jesus e ir para o céu. Ele questionou se os espanhóis iam para o céu. O padre respondeu que sim. Então ele respondeu que preferia ir para o Inferno, onde não veria pessoas tão cruéis

> Autor não identificado



JUSTIÇA |
Calibrando o calendário

O STF, neste momento, está calibrando o calendário: não quer uma condenação tão rápida que transforme Bolsonaro em vítima, nem tão lenta que lhe dê tempo para fortalecer os músculo e arreganhar os dentes.

> Ana Clara Costa, em seu artigo 
A Tática do Inelegível, publicado na Piauí de jan/24.





Aos leitores |

O blogueiro entrará em férias e as postagens 
de temática diversa voltarão apenas no início de março. A série "Das 100 músicas de que gosto mais", em fase final, terá continuidade nas próximas segundas e quintas-feiras.

08 janeiro 2024

1913: novas regras de trânsito em Porto Alegre | Jogador proibido de tomar banho nu | Luta pela paz | Etimológicas

 



O esquecimento do extermínio
faz parte do extermínio.

Jean-Luc Godard
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HISTÓRIA |
1913: novas regras de trânsito
em Porto Alegre

Em 1913, em Porto Alegre, o intendente José Montaury houve por bem botar ordem no galinheiro... Lançou um regulamento com o qual pretendia disciplinar a situação dos veículos que circulavam pelas ruas da cidade. Na zona central, incluindo as ruas Venâncio Aires e Ramiro Barcelos, o limite de velocidade seria de seis quilômetros por hora, uma medida diga-se de passagem muito sábia. Nos bairros Menino Deus, Partenon e Moinhos de Vento poderia chegar a dez e nos subúrbios, a quinze. 

Os automóveis seriam obrigados a trazerem à noite duas lanternas acesas na frente, a da direita teria luz "de cor branca" e a da esquerda, "encarnada". O "sinal sonoro" (buzina) tornou-se obrigatório, com o objetivo de "evitar desastres na via pública". Nos cruzamentos de ruas, o limite de velocidade deveria ser "igual ao passo natural de pedestres". Pena de 30 mil-réis aos infratores. Casos omissos seriam resolvidos com base no Código de Veículos de 1893, que regulava carros de tração animal.

Fonte | A Velha Porto Alegre, de Sérgio da Costa Franco
(Edigal, 2015)



COSTUMES |
Proibido tomar banho nu

O jogador colombiano James Rodriguez, 32 anos, joga atualmente no São Paulo, mas anteriormente atuava no Al-Rayyan, do Catar. Não conseguia se adaptar aos costumes locais. Conta ele: "Foi muito complicado. A vida e a cultura no Catar são muito difíceis, foi um país aos quais tive dificuldades em adaptar-me. Toda a gente sabe que, no futebol, nas duchas, todos os jogadores estão nus, mas eu nem isso podia fazer. Os meus colegas me diziam que era proibido. Era assustador. Às refeições, todos comem com as mãos, pedia talheres e diziam-me que não." Ora, vão catar coquinhos!

Fonte | Fora de jogo, página esportiva do Facebook



GUERRA |
Luta pela paz

Há que respaldar o povo israelense contra o pensamento único do sionismo, de extrema direita, cujo expoente-monstro é Bensamin Netanyahu. Os sinais de espargem em Israel, com os ventos da luta pela paz vindos do mundo inteiro. Que 2024 seja o ano da reconciliação (sem anistia) no Brasil, e da fundação do Estado da Palestina. Brindemos.

> Luiz Marques, professor de Ciência Política da UFRGS, em seu artigo O Sinal da Paz, publicado em 02/jan/23 no saite https:/aterraeredonda.com.br.
     




LÍNGUA |
Etimológicas

Garrafa - Do árabe karafã = frasco bojudo.

Uruguai - É muito provável que a origem do nome esteja na palavra urugua, que em guarani quer dizer "rio dos caranguejos". Acredita-se também que tenha surgido a partir de três palavras do guarani: "uru", tipo de pássaro que vive nas proximidades do rio, "gua" = que procede de e "y" = água.

Xerox - Do grego kserós = seco.

Fonte | https://www.dicionarioetimologico.com.br/


Mais |

Civilização: mudem-se os paradigmas! | Bolsonarismo & comunicação | O livro é outra coisa | Do dicionário de porto-alegrês






01 janeiro 2024

CIVILIZAÇÃO: mudem-se os paradigmas! | Bolsonarismo & comunicação | O livro é outra coisa | Do dicionário de porto-alegrês

 



Talvez a maior lição da história
seja que ninguém aprendeu 
as lições da história.

Adous Huxley, Admirável Mundo Novo
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CIVILIZAÇÃO |
Mudem-se
os paradigmas!

Ao longo dos últimos 200 anos de história do capitalismo, o homem controlou a natureza e criou um nível de riqueza capaz de garantir a sobrevivência e bem-estar de toda a população do planeta. Isso não pode ficar restrito para uma ínfima parte. Mesmo porque, o bem-estar de um só é possível quando os demais à sua volta se encontram na mesma situação. Caso contrário, a reação é inevitável, violenta e incontrolável. (...) É preciso colocar novamente em movimento as engrenagens da civilização.

> Luiz Gonzaga Beluzzo, em seu artigo Batalha civilizatória, publicado em CartaCapital de 27/dez/23.


POLÍTICA |
Bolsonarismo & comunicação

É preciso combater o bolsonarismo no âmbito da comunicação, que é a espinha dorsal desse movimento. Bolsonaro construiu uma rede de comunicação independente da grande mídia. Chegou a hostilizar a toda poderosa Rede Globo. O bolsonarismo não é um movimento social clássico. Eles atuam na opinião pública, que depois se consolida e gera um efeito eleitoral. Eles não precisam fazer manifestações ou piquetes.

> João Feres Júnior, coordenador do Monitor da Extrema Direita e do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Uerj, em entrevista à CartaCapital de 27/dez/23.


CULTURA |
O livro é outra coisa

Dos diversos instrumentos do homem, o mais impressionante é, sem dúvida, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões de sua vista; o telefone é a extensão da voz; ainda temos o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.

> Jorge Luis Borges, citado por Rodrigo Casarin em seu livro A biblioteca no fim do túnel: um leitor em seu tempo (Arquipélago, 2023)



LÍNGUA
Do dicionário de porto-alegrês

Pechada = Batida de automóveis. Influência do espanhol: pecho (peito).

Rolo = Confusão. "Deu rolo."

Vila = O que se chama de favela em outras regiões do país.

Verdulero = Forma popular para "verdureiro", aquele que vende verduras. Como em espanhol.

Fonte | Dicionário de Porto-Alegrês, 
de Luís Augusto Fischer (L&PM)


Mais |
A África e o português coloquial brasileiro | O terror na morte de crianças | A origem de "Noite Feliz". E mais.






Um feliz e promissor
2024 a todos os leitores e leitoras
do Cem Ideias!