30 junho 2020

Ignorância: uma arma de controle e dominação

A ignorância é um estado que possui valor porque pode ser explorada tanto no plano econômico quanto no plano político. É a matéria prima para um processo de subjetivação que não enfrentará resistência de valores como a “verdade”, a “solidariedade”, a “inteligência”, a “lógica” etc. A partir da ignorância é possível potencializar tanto o mercado quanto a adesão acrítica a um regime político. Manter a ignorância tornou-se, então, uma das principais metas da “arte de governar”.

Texto completo em https://revistacult.uol.com.br/home/ignorancia-alem-da-lei/?fbclid=IwAR2wX-80coPfgfGv8ZHVm3yiQahOfhbqPX3Vp40DwXAhbUB3u4kb4Nt9RHI#.XdsEw5Cu4jr.facebook

RUBENS R.R. CASARA é juiz de Direito do TJRJ e escritor. Doutor em Direito e mestre em Ciências Penais. É professor convidado do Programa de Pós-graduação da ENSP-Fiocruz. Membro da Associação Juízes para a Democracia e do Corpo Freudiano

Chile x Argentina, churrasco e poluição




Em 2016, nos EUA, seleção chilena sagrou-se campeã da Copa América ao derrotar a Argentina na grande final: 4x2 na decisão por pênaltis. Naquele dia, repetiu-se um fato curioso: sempre que a seleção chilena de futebol joga, aumentam os índices de poluição de Santiago do Chile em até dez vezes. Um estudo realizado sobre as condições atmosféricas da cidade descobriu a causa do fenômeno: no dia da decisão, 100 mil churrascos foram feitos em Santiago, boa parte deles motivados pelo evento.

> Referência: revista Superinteressante, de jun/2020, p. 15.

29 junho 2020

Iremos aprender?


Iremos aprender que a solidariedade é um valor que poderia nos apontar para um bem-estar coletivo ou iremos para o outro lado,

do salve-se quem puder. Ainda não sabemos qual caminho a humanidade seguirá.

> Simone Paulon, professora do Programa de Pós-graduação de Psicologia Social e Institucional da UFRGS,

27 junho 2020

Tudo o que você sempre quis saber sobre a Nova Zelândia

Florença: a beleza que dói



Em 2015, por ocasião de minha primeira viagem a Florença, estava esplorando as circanias da Piazza della Repubblica, juntamente com meus três companheiros de viagem, vindos anteriormente da Piazza della Signoria e seus encantos, um verdadeiro museus a céu aberto sobre a arte renascentista. Entardecia. De repente avistamos uma sequência de construções tão belas e magníficas, que ficamos mais e mais encantados, nesse momento de grande emoção e fruir estético. De repente, exclamei: É uma beleza que dói!, que mereceu a concordância imediata dos demais.

Passou o tempo e num dia quando lia as primeiras páginas de A Descoberta da Escrita, do escritor norueguês Karl Ove Knausgard, deparei-me com a mesma expressão - beleza que dói - empregada pelo autor-personagem por ocasião de uma viagem de trem, em sua juventude, num momento em que percorria um cenário de vales e rios, fazendas e vilarejos no interior da antiga Iugoslávia: 

O cenário no outro lado da janela [do trem] era tão bonito que chegava a doer. 

Uma grata coincidência!

26 junho 2020

Línguas: o português quis se afastar do espanhol


Durante mais de mil anos de sua história, Portugal sempre se viu ameaçado pela vizinha Espanha, maior e mais poderosa. Uma das maneiras que os portugueses encontraram de reforçar sua autonomia foi o isolamento linguístico, a recusa de qualquer ação que representasse uma aproximação com o espanhol.

Por isso, na grafia, adotaram o LH e o NH do provençal e não o Ñ e o LL do espanhol. Enquanto os espanhóis sempre adotaram uma política de adaptação ou criação de termos próprios em sua língua, os portugueses se vincularam umbilicalmente à França durantes séculos, importando centenas de palavras e até construções sintáticas do francês, para não falar de nomes próprios como Alexandre (que deveria ser Alexandro, pois é com O que terminam os nomes masculinos em 
português).


> Marcos Bagno, linguista, em seu artigo Espanhol para todos e já!, em Caros Amigos




1827: nascia o primeiro jornal de Porto Alegre





A 1º de junho de 1827, começou a circular O Diário de Porto Alegre, o primeiro jornal da cidade e da então província de São Pedro do Rio Grande do Sul. O jornal era impresso em duas páginas e media 29 cm por 13 cm, tendo como primeiro administrador e redator João Inácio da Cunha. Ao ler o Diário, o porto-alegrense ficava informado sobre os atos oficiais do governo provincial, notícias sobre o comércio e navegação, além de anúncios variados. Um dado lamentável diz respeito ao fato de que a coleção completa do jornal, doação feita pelo Dr. Alfredo Varela (1864-1943) para o Arquivo Histórico do Estado, está desaparecida desde a década de 70.

> Referência: Há 193 anos, nascia a imprensa gaúcha, texto de Carlos Roberto da Costa Leite, pesquisador e responsável pelo núcleo de pesquisa do Museu de Comunicação Hipólito da Costa, de Porto Alegre, e reproduzido na coluna Almanaque Gaúcho, sob a responsabilidade do jornalista Ricardo Chaves e publicado na edição de 20-21/jun/2020 do jornal Zero Hora.

25 junho 2020

"1984", de Orwell: sátira a tendências totalitárias em qualquer época


1984 é a mais famosa distopia do século XX. Logo que saiu, em 1949, no início da Guerra Fria, a obra foi lida pela maioria dos resenhistas como uma crítica ao regime soviético. Orwell [o autor] teve tempo de dizer, antes de morrer, vítima de tuberculose, no início de 1950, que não havia se inspirado em nenhum governo específico; seu livro era uma sátira, sombria e devastadora, de tendências totalitárias no mundo ocidental, inclusive no ambiente intelectual.

> Fernando de Barros e Silva, no artigo "Dois mil e vinte", publicado na revista Piauí de jun/2021

A grafia correta dos pré-nomes

Fui aluno de Pedro Celso Luft, renomado professor de Língua Portuguesa na UFRGS, gramático, autor de vários livros e que mantinha uma coluna sobre a língua de Camões e Mouro no antigo Correio do Povo, centenário diário de Porto Alegre, que na época ainda gozava de prestígio e brilho. Pois bem, o Prof. Luft recomendava aos seus pupilos em aula que mantivessem a grafia correta do idioma pátrio em seus pré-nomes mesmo que tivessem sido grafados erroneamente por algum funcionário semi-alfabetizado de cartório, a não ser é claro em documentos oficiais. É o meu caso. Cesar sem acento, apesar de ser uma paroxítona terminada em "r". Já tive que explicar, para efeitos de documentação, que é sem acento e com "s" e não "z" (aí tudo bem). Uma vez, porém, uma atendente de loja escreveu Sésar, já que eu dissera que era com "s". Pelo menos colocou o acento direitinho.