31 dezembro 2021

APRIMORE seu esperanto (01) | Como dizer/ Sinônimos/ Gramática

 




Sinônimos

laika - nereligia (laico)
rimedo - ilo, perilo (meio, recurso)
teko - paperujo (pasta)
tuj - senprokraste (logo, imediatamente)
vori - manĝegi (devorar)



Enriqueça seu vocabulário

engatinhar = rampi
fazer a cama = (re)ordigi la liton
forro, enchimento = remburo
trocar a fralda = revindi
troco = restmono


Tome nota

Ele brinca em vez de estudar.
Li ludas anstataŭ studi.

Ela trabalha, além de estudar.
Ŝi laboras, krom studi.

Ele não faz nada além de estudar.
Li faras nenion alian ol studi.


Kiam mi eniris, ŝi ridis.
Quando entrei, ela riu / ria.

Para evitar-se a ambiguidade, emprega-se o particício presente:

Kiam mi eniris, ŝi estis ridanta.
Quando entrei, ela estava rindo.


Fontes |

Esperantaj Sinonimoj, de Jaan Ojalo (UEA, 1999)

Gramática Completa do Esperanto, de Geraldo Mattos (Fonte, 1987)

Hejma Vortaro


Mais |
ELERNU ESPERANTON! (3) | Pri speciala uzo de "unu"/ Sinonimoj de verboj/ Kiel diri (PT-Esperanto)

30 dezembro 2021

CABEÇAS PENSANTES (24) | Jesus e o Ocidente/ Desformatura/ Banana-nanica/ História dos que têm voz/ Um homem atormentado

 




As ideias de Jesus mudaram o mundo. Não a crenças, as ideias. (...) O Ocidente é o que é graças a Jesus. A Declaração dos Direitos Humanos,
A Revolução Francesa, o voto universal, a abolição das escravaturas, o feminismo, o antirracismo, os direitos dos homossexuais, a ideia de que todas as pessoas nascem iguais, independentemente da melanina, do gênero e dos atributos físicos, tudo isso é fruto da filosofia de Jesus.
David Coimbra, jornalista e escritor gaúcho


"Formatura": "formar" é colocar na forma, fechar. Um ser humano formado é um ser humano fechado, emburricado. Educar é abrir. Educar é "desformar". Uma festa de "desformatura".
Rubem Alves, teólogo


Há mais de 30 anos, entrando em um supermercado de São Paulo pela primeira vez, perguntei a uma atendente onde eu encontrava a banana-caturra. A moça me olhou com estranheza. Era um regionalismo gauchesco. Como adivinhar que a banana grande, no Sudeste, seria banana-nanica? Que contradição!
Leandro Karnal, historiador, professor da Unicamp



Os historiadores apresentam uma realidade cronológica, linear, lógica. Mas a verdade é que se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista. A História é escrita sob um prisma masculino. Se fosse feita pelas mulheres seria diferente. Enfim, há uma história dos que têm voz e outra, não contada, dos que não a têm.
José Saramago, escritor português



Nem o mais fiel tiozão bolsonarista acredita de que de fato Bolsonaro esteja muito feliz andando de jet ski em Santa Catarina. Bolsonaro finge estar numa boa, mas é um homem atormentado. Ele sabe, até porque passa mais tempo nas redes sociais do que governando, que o Brasil todo acompanha com vaias seus passeios e suas pescarias na praia, enquanto a Bahia enterra seus mortos.
Moisés Mendes, jornalista gaúcho



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CABEÇAS PENSANTES (23) | Crueldade/ Vazio espiritual/ Ensinamento de Buda/ O "perigoso" pensamento crítico/ Quarta dose


28 dezembro 2021

HUMOR | A coisa mais rápida/ Duas galinhas estão fazendo café/ Por que o policial não usa sabão?. E mais.

 





A única coisa mais rápida

Ouvido de um personagem desses filmezinhos de Natal na TV: A única coisa mais rápida do que boato nesta pequena cidade é a luz.


Nos dias de hoje...
- Alô, eu gostaria de falar com o João, por favor.
- É o próprio.
- Oi, Próprio, tudo bem? Você pode chamar o João pra mim?




Você
sabia?

Praga foi a capital do Egito 
por sete anos.
Fraga


Hoje na História

82000 a.C - Um homus ignorantus diz grunk e outro entende auqkt!, acabando no maior pau entre o dois. Estava inventada a dialética.
Fraga


Duas galinhas estão fazendo café.
- Pó pô pó?
- Pó pô.

Perdão, leitores.


Ladrão,
mentiroso,
tarado,
mas
do nosso lado.
Millôr Fernandes




Por que o policial não usa sabão?
Porque ele prefere deter gente.


 Mais |
Humorísticas (2) | Da declaração dos Direitos Desumanos/ Como introduzir o dedo no nariz/ Hoje na História

27 dezembro 2021

Roda Viva | Caetano Veloso | 20/12/2021

Porto Alegre | Partenon Literário (1868-1899): uma sociedade cultural a serviço de novas ideias

 




A partir da segunda metade do séc. 19, Porto Alegre ganhou um grande impulso na área cultural da cidade graças à fundação da Sociedade Parthenon Litterario em 1868 por um grupo de intelectuais da cidade liderado por José Antônio do Vale Caldre e Fião, escritor, jornalista, político, médico e professor bem como por Apolinário Porto Alegre, figura de destaque na época como escritor, historiógrafo, poeta e jornalista. Caldre e Fião é considerado o patriarca da Literatura Gaúcha, pelo fato de haver escrito seu primeiro romance: A Divina Pastora (1847).

A Sociedade, que chegou a ter mais de 140 membros efetivos e cerca de 300 colaboradores, além do estímulo à leitura e à criação literária, ocupava-se com diversas atividades como saraus, conferências de temática filosófica e literária, apresentações teatrais, aulas noturnas, promoção de discussões sobre os temas de maior relevância à sua época. Neste sentido, exerceu um papel importante junto ao movimento abolicionista da cidade bem como incentivou os ideais republicanos, embora contasse também com monarquistas em suas fileiras. Em seu papel de vanguarda, até mesmo questões ligadas à emancipação feminina eram alvos de análise e troca de ideias, sem falar em outras áreas como a educação, sobre a qual a sociedade propunha, por exemplo, a fundação de uma escola noturna gratuita.




Além disso, estimulou o surgimento de novas bibliotecas, escolas, associações e publicações literárias até mesmo no interior da província. No ano seguinte à sua fundação, lançou sua Revista Mensal da Sociedade Parthenon Litterario, com críticas literárias, contos, poesias, reprodução de textos de discursos proferidos na instituição etc. Firmou-se como a mais importante publicação gaúcha de caráter literário do séc. 19. 

A sociedade acabou encerrando suas atividades em 1899 em função de divergências internas entre seus membros, como por exemplo atritos entre republicanos contra ou a favor do positivismo, movimento que acabaria se impondo durante décadas na política do Rio Grande do Sul.

Fontes |
História de Porto Alegre, de Francisco Riopardense de Macedo (Ed. da Universidade, 1999)

1868: o Partenon Literário: história, artigo de Arnoldo Walter Doberstein publicado na revista virtual Parêntese (acesso só para assinantes)

Sociedade Partenon Literário

Mais |
1971 | De como Erico Verissimo driblou a Censura para que "Incidente em Antares" não fosse censurado

Imagens |
Parthenon Litterario, Public domain, através da wiki Wikimedia Commons

DesconhecidoUnknown author, Public domain, através da wiki Wikimedia Commons (imagem central)


24 dezembro 2021

UMAS & OUTRAS | O português em 1192 e 1213/ O antigo Largo da Forca, em Porto Alegre

 



O mais antigo texto em prosa do português

"Hec est notitia de partiçon e de deuison que fazemus entre nos dos herdamentus e dus coutus e das onrras e dos padruadigus das eygreygas que forum de nosso padre e de nossa madre."

Do Auto das Partilhas (1192), considerado o mais antigo texto em prosa conhecido da língua portuguesa


Um outro texto, de 1192

Ora faz ost'o senhor de Navarra
pois en Proenç'est el rey d'Aragon
Non lh'an medo de pico nem de marra
Tarraçona, pero vezinhos son;
nen an medo de lhis põer bozon
e rii-s'an muit'én Dura e Darra

Da canção de João Soares de Paiva em Cancioneiro da Ajuda (1213)
Fonte dos dois textos acima: Folha de S. Paulo de 24/jan/1993


A praça mais antiga de Porto Alegre



A praça Brigadeiro Sampaio, localizada no centro histórico de Porto Alegre, é considerada a mais antiga da cidade. Era chamada de Largo da Forca em suas origens, pois no local realizavam-se os enforcamentos de escravos condenados à morte. O local era coberto por uma vegetação rasteira, que nas vésperas de uma execução recebia algum tratamento de limpeza, de acordo com Augusto Porto Alegre, antigo cronista da cidade. Presenciava o ato um grande número de pessoas. "Magotes de escravos compareciam ao ato, bem como alunos das escolas, para meditarem no valor da ação da justiça desenrolando-se  aos seus olhos num espetáculo de dor e agonia, com que a Cidade imperfeita ia punir a própria imperfeição dos membros que a compõem", escreveu a respeito o cronista citado em seu livro A fundação de Porto Alegre, de 1909. O logradouro, ao longo do tempo, teve várias designações, como Praça da Harmonia, para celebrar a paz advinda do fim da Guerra do Paraguai.

Fontes |

Praça Brigadeiro Sampaio
Rua da Praia, de Nilo Ruschel (Editora da Cidade, 2009)

Mais |
Porto Alegre | História de espaços negros 
na cidade é resgatada


Foto da Praça Brigadeiro José Sampaio
Paulo RS Menezes, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, através da wiki Wikimedia Commons

23 dezembro 2021

CABEÇAS PENSANTES (23) | Crueldade/ Vazio espiritual/ Ensinamento de Buda/ O "perigoso" pensamento crítico/ Quarta dose/




Pior do que a miséria humana, é a crueldade humana. Caminhando por uma das ruas mais ricas do planeta, a Av. Paulista, o artista Gustavao Nakle viu, na esquina com a Haddock Lobo, a prefeitura recolhendo a casa de lona de um lúmpen desesperado; entre os escombros, viu-se uma arvorezinha de Natal, já destruída.
Francisco Marshall, historiador, arquéologo e professor da UFRGS


A sociedade de consumo tenta esconder os precarizados, que se multiplicam na paisagem urbana e impactam o sonho narcótico de cidadãos/consumidores, preenchendo com a última moda o (nosso) vazio espiritual frente a um mundo transtornado. A exposição de tantas vidas secas relegadas à invisibilidade denuncia o agravamento das desigualdades. Luiz Marques, docente de Ciência Política da UFRGS



Certa vez, Buda estava na floresta com seus discípulos. Havia muitas folhas no chão. Ele apanhou uma porção e perguntou:"Há muitas folhas aqui em minha mão?" Responderam: "Sim, mestre, muitas folhas." "Em relação a todas as folhas da florestas, será que aqui já muitas?" "Certamente que não, mestre. Há muito mais folhas em toda a parte." "Pois o que ensino a vocês é como este punhadinho de folhas em minhas mãos. Há muito, muito mais 
a descobrir e alcançar." História narrada pela Monja Coen


Havia uma regra muito reveladora: os escravos deviam ficar analfabetos. No Sul antes da Guerra Civil, os brancos que ensinassem um escravo a ler eram severamente punidos. "[Para] criar um escravo satisfeito", escreveu Bailey mais tarde, "é necessário criá-lo estúpido. É necessário obscurecer a sua visão moral e intelectual, e, na medida do possível, aniquilar o poder da razão." (...) É por isso que a leitura e o pensamento crítico são perigosos, na verdade subversivos, numa sociedade injusta.
Carl Sagan


[Precisaremos de uma quarta dose?] É possível que sim. Mas eu não me arrisco a dizer de será a cada seis meses, pode ser até a cada dois anos. A contagem começou agora. Já aprendemos que a terceira dose faz uma diferença enorme. Mas não sabemos ainda quanto tempo dura essa diferença. Nosso ano dependerá do que acontecerá depois da terceira dose e como estará o ambiente à nossa volta. Alexandre Zavascki, infectologista


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CABEÇAS PENSANTES (22) | Duas barbáries/ Enfrentando a ansiedade/ A babá celular/ A esperança da alegria/ Falar ao coração

https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/12/cabecas-pensantes-22-duas-barbaries.html

21 dezembro 2021

O RS Colonial (08) | "Esta terra tem dono."/ Cidade de Rio Grande sob o domínio espanhol/ Elites militarizadas desafiam a Corte

 





Em 1738 a Coroa Portuguesa criou a Comandância Militar do Rio Grande de São Pedro, com sede em  Santa Catarina e subordinada ao Rio de Janeiro. Incrementa-se a distribuição de sesmarias e de afluxo de pessoas oriundas da Bahia, Minas e Rio de Janeiro. Em 1750, a demarcação do Tratado de Madri, entre Portugal e Espanha, é interrompida pelas chamadas Guerras Guaraníticas (1753-1756), em que os índios missioneiros recusam-se a entregar suas terras, lutando contra espanhóis e portuguesas e lideradas pelo índio Sepé Tiaraju. Acabaram sendo derrotados numa luta final em que 1 511 índios foram mortos contra 4 baixas por parte do exército aliado.




Os conflitos com a Espanha pela posse da terra fez com que os portugueses aumentassem o número de sesmarias e distribuíssem cargos de natureza militar aos donos de terra, o que mais tarde resultou em choques cada vez mais acirrados entre eles e as autoridades representantes da Coroa. Os padres jesuítas abandonaram a região das missões e os índios acabaram se transformando em peões de estâncias.

Em 1760, é criada a Capitania de Rio Grande de São Pedro, com sede em Rio Grande e subordinada ao Rio de Janeiro. Entre 1763, D. Pedro de Cavallos, governador de Buenos Aires, conquista Rio Grande e estabelece um domínio de 13 anos. Os espanhóis acabam sendo expulsos principalmente pela ação das milícias locais, embora a Coroa tivesse contado com reforços advindos de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em 1777, tropas espanholas apoderam-se de Colônia do Sacramento e a Ilha de Santa Catarina. Um novo tratado se segue, em que Portugal cede a primeira à Espanha e recupera a ilha para si. Ao mesmo tempo, acirram-se os conflitos entre os estancieiros gaúchos, enriquecidos pelo charque e agindo em proveito próprio, contra os representantes da Coroa. 

Em 1801, liderados por um estancieiro-soldado e um desertor dos Dragões, infantarias montadas criadas pela Coroa, conquista-se a região missioneira, à revelia do tratado com a Espanha, que pouco interesse dava a ela. Em 1807 o Rio Grande é promovido a Capitania Geral, independente do Rio de Janeiro e subordinado diretamente ao Vice-Rei do Brasil. Aumentam cada vez os conflitos de interesses entre a Coroa Portuguesa e as elites pecuaristas do extremo sul, já nos tempos em que o Brasil gestava sua independência. Fim da série


Fontes |
História do Rio Grande do Sul, de Santa Jatahy Pesavento (Ed. Mercado Aberto)

Guerra Guaranítica

Mais |

O RS Colonial(7) | O charque gera riquezas/ A fundação de Montevidéu/ O forte Maria-Jesus-José em Rio Grande

https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/12/o-rs-colonial-7-o-charque-gera-riquezas.html


Imagem |
Sepé Tiaraju: Danúbio Gonçalves foto de Eugenio Hansen, OFS, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, através da wiki Wikimedia Commons

20 dezembro 2021

A infeliz sorte de um menino escravo no sul do Brasil do séc. 19

 

Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), botânico e naturalista francês, em suas viagens por várias regiões do Brasil colonial, chegou a até mesmo a visitar o estremo sul, tendo registrado em um de seus diários que certa vez ficou hospedado na estância de um charqueador de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Sua primeira impressão sobre a vida das pessoas escravizadas na região foi a de que recebiam um tratamento melhor do que em outras regiões do país. Na região das charqueadas, sofreu uma forte desilusão a respeito ao presenciar cenas de crueldade para com os escravizados. Condoeu-se de sobremaneira com a sorte de uma menino escravo sobre o qual escreveu o seguinte em texto datado de 11 de setembro de 1820: Há sempre na sala um negrinho de 10 a 12 anos, que permanece de pé, pronto a ir chamar os outros escravos, a trazer um copo d'água e fazer todos os pequenos recados necessários ao serviço interior da casa.

Não conheço criatura mais desgraçada do que esta criança. Não se assenta, nunca ninguém lhe sorri, nunca se diverte, passa a vida tristemente apoiado à parede e é, muitas vezes, martirizados pelos filhos de seu patrão. Quando anoitece, o sono o domina, e quando não há ninguém na sala, põe-se de joelhos para poder dormir; esta casa não é a única onde há este hábito de se ter sempre um negrinho para utilizar-se dele quanto necessário. 


Fonte |
O Longo Amanhecer do Sul, de O. Soria Machado. (Editora Mercado Aberto, 2000)

Mais |
Auguste de Saint-Hilaire: um viajante francês 
na Porto Alegre de 1820


17 dezembro 2021

MINHAS IDEIAS regadas a vinho (23) | Melhor idade/ Óvnis/ "Succession"/ Poupança digital/ Planeta em transformação

 




Aos 67 anos de idade, estou começando a achar que esse negócio de melhor idade é pura balela. Tá me parecendo que idade do condor é uma coisa bem mais realista...


O que tem de cientistas céticos em relação às possibilidades de os óvnis serem de fato naves interplanetárias não está no gibi. Chega a ser algo até suspeitoso o veemente negacionismo com que muitos tratam a hipótese. Cadê o espírito científico dessa gente? Mas enfim, a Ciência e seus dogmas. A propósito: a nova sigla que a NASA utiliza para o fenômeno é UAP - Unidentified Aerial Phenomena (fenômenos aéreos não-identificado).


Em Succession, a série da HBO que já está em sua terceira temporada e que conta a história da briga entre três irmãos para ser o escolhido para dirigir o grande conglomerado de mídia e entretenimento do pai após sua morte, a fala de um personagem faz referência à situação política atual no Brasil quando o assunto tem a ver com ascensão de um candidato supremacista à Casa Branca: Não estou dizendo que será o Terceiro Reich completo, mas estou genuinamente preocupado com a possibilidade de virarmos uma p**a [fuckpile em inglês] brasileira berlusconizada russa.

Que legal! Agora vou poder ter uma poupança digital que vai me render 6.000% ao ano! Depois ainda falam de crise... Vi num comercial do YouTube.


O planeta está começando a viver mais uma de suas periódicas transformações até mesmo de caráter geológico. A tal crise climática não tem apenas como causa a propalada ação do homem. O buraco é mais embaixo. Por debaixo da camada de gelo da Antártica, p. ex., há vestígios de exuberantes florestas do passado, que provavelmente ressurgirão no futuro. "Vi então um novo céu e uma nova terra", afirma o apóstolo João em seu livro Apocalipse (Revelação em grego).

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MINHAS IDEIAS regadas a café (5) | O Pampa/ Lições para este país/ Tiririca/ Lula/ Europa etc. e tal

https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/12/minhas-ideias-regadas-cafe-5-o-pampa.html



16 dezembro 2021

(001) DAS 100 MÚSICAS de que gosto mais | Ode an die Freude/ Ode à Alegria

CABEÇAS PENSANTES (22) | Duas barbáries/ Enfrentando a ansiedade/ A babá celular/ A esperança da alegria/ Falar ao coração



Antes de mais nada, é preciso entender bem que estamos ameaçados, cada vez mais por duas barbáries. A primeira barbárie a gente conhece, vem desde os primórdios da história, que é a crueldade, a dominação, a subserviência, a tortura, tudo isso. A segunda barbárie, ao contrário, é uma barbárie fria e gelada, a do cálculo econômico. Porque quando existe um fundamento exclusivamente em contas, não se vê mais os seres humanos.
Edgar Morin, fragmento de entrevista publicada no saite da Revista Prosa Verso e Arte



O meu jeito de enfrentar a ansiedade é me concentrando no agora, no instante presente. Me ligo 100% no lugar onde estou, com quem estou e no que estou fazendo. Assim, ganho foco, dou atenção plena ao outro e não fico me perdendo em projeções inúteis, deixando o pensamento escapulir para um lugar sem retorno. Até o sono melhora.
Martha Medeiros, em sua crônica 
Contra a ansiedade (Zero Hora de 11-12/dez/2021)


Para [Jefferson] Krug, o risco de dar o celular para a criança toda vez que falta tempo para sentar ao lado dela e brincar é quase confundir o aparelho com uma babá - nesse caso uma babá incapaz de entender o pequeno em sua singularidade. 
"A criança não está sendo cuidada, está sendo distraída. E, quando se volta para as relações, ela se sente angustiada." Conectada diariamente a uma tela cheia de recursos e significados, sem tempo para elaborar suas próprias ideias e sentimentos e sendo e ser atendida em seus pedidos com um simples comando de voz, a criança pode ficar distante de si mesma, com a impressão de que o mundo foi feita para satisfazê-la.
Karine Dalla Valle, em sua matéria O novo jeito de ser criança (Zero Hora de 11-12/dez/2021).


Somo seres humanos, permanecemos humanos enquanto estiver acesa em nós a esperança da alegria. Desfeita a esperança da alegria, a vela se apaga e a vida perde o sentido.
Rubem Alves essencial: 300 pílulas de sabedoria


Para falar ao vento bastam palavras.
Para falar ao coração, é preciso obras.
Padre Antônio Vieira


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CABEÇAS PENSANTES (21) | Boate Kiss x Impunidade/ Inquisições acadêmicas/ O fascismo já entrou pela porta. E mais.

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14 dezembro 2021

O RS Colonial (7) | O charque gera riquezas/ A fundação de Montevidéu/ O forte Maria-Jesus-José em Rio Grande




O pai de Matias nunca jamais tinha vista o mar.
Nem na guerra tinha visto o mar.
Era um homem do pampa. Era um homem das charqueadas, dos bois, dos cavalos xucros e da lua no céu.
Então Matias ficava desenhando no estaleiro.
Desenhava de tudo. Flor, céu, barco, cavalo.
Desenhava um exército, desenhava um general.
Desenhava a mãe de vestido novo e sorriso novo, igualzinha a antes. (Fragmento de Um farol no pampa, de Leticia Wierzchowski)


Na segunda metade do séc. 18, enquanto o trigo firmava-se como base da economia dos pampas, uma nova fonte de renda surgiu através da produção de charque, o que motivou muitos açorianos com capital acumulado em função do trigo a trocá-lo pelo novo produto até mesmo exportando-o. Isso obviamente estimulou em muito as atividades ligadas ao incremento da pecuária. Em razão disso,  houve um aumento considerável no número de escravizados na região, condenados ao trabalho forçado.

Num primeiro momento, as charqueadas nas regiões sob o domínio português faziam concorrência com aquelas estabelecidas na região do Prata. Contudo as guerras de independência na América Espanhola no início do séc. 19 prejudicaram as charqueadas (saladerías) platinas, o que acabou beneficiando os charqueadores do pampa gaúcho. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, Dom João 6º apoderou-se da Banda Oriental (Uruguai) e a anexou ao Brasil.

Fatos importantes relativos à apropriação militar na região de conflitos entre os impérios português e espanhol sucederam-se ao longo do tempo. Vejamos os primeiros. Em 1680, como vimos, Portugal funda a Colônia de Sacramento, arrasada pelos espanhóis no mesmo ano, mas reerguida pelos portugueses três anos depois. Em 1706 cai novamente sob o domínio espanhol, devolvida a Portugal graças ao Tratado de Utrecht em 1715. 

Em 1726 os espanhóis fundam Montevidéu, numa tentativa de bloquear o contrabando que se fazia a partir da Colônia de Sacramento. Entre 1735 e 1737 os espanhóis sitiam a cidade sob domínio português, o que leva a Coroa Portuguesa a tomar posse oficialmente da região de terras entre Laguna e o Prata. Em 1737 é fundada a fortaleza-presídio de Jesus-Maria-José em Rio Grande, dando origem à mais antiga cidade do Rio Grande do Sul. 

Fonte |
História do Rio Grande do Sul, de Sandra Jatahy Pesavento (Ed. Mercado Aberto).

Mais |
O RS Colonial (6) | A distribuição de sesmarias/ A vinda dos açorianos/ O cultivo do trigo

13 dezembro 2021

Montevideo

 





"Yo tengo pintada en la piel
la lágrima de esta ciudad,
la misma que dá de beber,
la misma que te hará naufragar.
...
El mar que me trajo hasta aquí,
el puerto en que habré de zarpar,
un día pensando en volver,
un día volviendo a escapar.

Un día qualquiera me iré
dejando su lágrima atrás
la pena que me haga partir
la misma que me hará regresar."

> Montevideo, Jorge Drexler

10 dezembro 2021

HUMOR | Da Declaração dos Direitos Desumanos/ Como introduzir o dedo no nariz/ Hoje na História

 





Hoje na história
1750 - Começo da Revolução Industrial na Inglaterra. Início da Poluição na Inglaterra.
Fraga (fragmento)



Somente somos quem somos quando ninguém está olhando. Robert C. Edwards


- Joãozinho, preciso regar as plantas no quintal. Presta atenção quando ferver o leite, hem?
- Claro, mamãe!
O leite ferveu e o chão da cozinha todo sujo com o leite derramado. Quando a mãe voltou, não acreditou no que viu.
- Filhinho, eu te pedi para prestar atenção quando fervesse o leite!
- E eu prestei! Eram exatamente 10h35.



Declaração dos Direitos Desumanos
Todo homem tem direito à liberdade de pensamento. Mas que isso não lhe suba à cabeça.

Todos são iguais perante a lei. Isto é, todos tremem.
Fraga (fragmento)

Nota: Em certo país, nem todos tremem...





Momento poético
Eu canto esses heróis
que governam o Brasil
E mando todos eles
Para o céu de anil. Millôr Fernandes


Mais |
https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/11/humoristicas-1-joaozinho-buzinadores.html

Grêmio rebaixado para a Segunda Divisão



O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, na noite de ontem. embora tenha ganho do Atlético Mineiro em casa, foi rebaixado para a Segunda Divisão do futebol brasileiro, pela terceira vez. Vale lembrar que anteriormente cinco clubes dirigidos por Valter Mancini, seu atual treinador, já tinham tido o mesmo destino. Mas enfim, das 38 rodadas do Brasileirão, o "Imortal" permaneceu 37 delas na zona de rebaixamento. Nem o Cruzeiro conseguiu tal proeza. Como se não bastasse, como disse um comentarista esportivo de rádio, por que será que os jogadores gremistas em geral só resolveram jogar bem apenas nas últimas partidas? Aí tem coisa. Mas enfim, minhas sinceras condolências aos coirmãos. Por outro lado, parabéns ao Juventude, de Caxias do Sul, que conseguiu se manter na Série A por mais um ano ao vencer o Corinthians em casa por 1x0. Segundo as más línguas, o time paulista não veio mesmo para ganhar o jogo...
Que ideia! :-)

09 dezembro 2021

CABEÇAS PENSANTES (21) | Boate Kiss x impunidade/ Inquisições acadêmicas/ O fascimo já entrou pela porta/ E mais.

 




Nem todos os responsáveis pelo horror [no caso da Boate Kiss] são réus (...). Bombeiros e a prefeitura de Santa Maria foram excluídos da denúncia do Ministério Público, mesmo apontados no minucioso inquérito policial. (...) Essa tentativa de burlar a História e construí-la falsamente é ato típico das defesas indefensáveis. Não tento adivinhar a decisão do júri. Aguardo, porém, que reencontre o tino para que a justiça não se perca como lodo pelas sarjetas da História.
Flávio Tavares, jornalista gaúcho


As inquisições não são monopólio das igrejas e não se fazem só com lenha e fogo. É muito difícil viver na universidade e continuar a cultivar os próprios pensamentos. É muito mais seguro ficar moendo os pensamentos dos outros.
Rubem Alves, teólogo


Eu só escrevo porque não consigo 
deixar de escrever.
Clarice Lispector, escritora




Hoje, quando um cientista comenta sobre a nova variante é porque acompanha dos estudos feitos em países que investem em ciência. Aqui, sem verba, não se sequencia, não se acompanham respostas imunes às vacinas. Dependemos, cada vez mais, das informações geradas no Exterior. Setores de ministérios estão paralisados, técnicos e pesquisadores são afastados, como no Inep; ou renunciam, como no Enem e na Capes.
Cristina Bonorino, imunologista gaúcha


Quando uma sociedade renuncia ao pensamento, se deixando à mercê das redes sociais, de fake news, de opiniões negacionistas ou de movimentos antivacina, fascismo está não apenas ronda a porta, como já entrou por ela há muito tempo.
Nilton Mullet Pereira, professor de história (UFRGS)




A partir de um certo ponto, o dinheiro deixa de ser o objetivo. O interessante é o jogo.
Aristóteles Onassis, magnata


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