23 dezembro 2021

CABEÇAS PENSANTES (23) | Crueldade/ Vazio espiritual/ Ensinamento de Buda/ O "perigoso" pensamento crítico/ Quarta dose/




Pior do que a miséria humana, é a crueldade humana. Caminhando por uma das ruas mais ricas do planeta, a Av. Paulista, o artista Gustavao Nakle viu, na esquina com a Haddock Lobo, a prefeitura recolhendo a casa de lona de um lúmpen desesperado; entre os escombros, viu-se uma arvorezinha de Natal, já destruída.
Francisco Marshall, historiador, arquéologo e professor da UFRGS


A sociedade de consumo tenta esconder os precarizados, que se multiplicam na paisagem urbana e impactam o sonho narcótico de cidadãos/consumidores, preenchendo com a última moda o (nosso) vazio espiritual frente a um mundo transtornado. A exposição de tantas vidas secas relegadas à invisibilidade denuncia o agravamento das desigualdades. Luiz Marques, docente de Ciência Política da UFRGS



Certa vez, Buda estava na floresta com seus discípulos. Havia muitas folhas no chão. Ele apanhou uma porção e perguntou:"Há muitas folhas aqui em minha mão?" Responderam: "Sim, mestre, muitas folhas." "Em relação a todas as folhas da florestas, será que aqui já muitas?" "Certamente que não, mestre. Há muito mais folhas em toda a parte." "Pois o que ensino a vocês é como este punhadinho de folhas em minhas mãos. Há muito, muito mais 
a descobrir e alcançar." História narrada pela Monja Coen


Havia uma regra muito reveladora: os escravos deviam ficar analfabetos. No Sul antes da Guerra Civil, os brancos que ensinassem um escravo a ler eram severamente punidos. "[Para] criar um escravo satisfeito", escreveu Bailey mais tarde, "é necessário criá-lo estúpido. É necessário obscurecer a sua visão moral e intelectual, e, na medida do possível, aniquilar o poder da razão." (...) É por isso que a leitura e o pensamento crítico são perigosos, na verdade subversivos, numa sociedade injusta.
Carl Sagan


[Precisaremos de uma quarta dose?] É possível que sim. Mas eu não me arrisco a dizer de será a cada seis meses, pode ser até a cada dois anos. A contagem começou agora. Já aprendemos que a terceira dose faz uma diferença enorme. Mas não sabemos ainda quanto tempo dura essa diferença. Nosso ano dependerá do que acontecerá depois da terceira dose e como estará o ambiente à nossa volta. Alexandre Zavascki, infectologista


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CABEÇAS PENSANTES (22) | Duas barbáries/ Enfrentando a ansiedade/ A babá celular/ A esperança da alegria/ Falar ao coração

https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/12/cabecas-pensantes-22-duas-barbaries.html

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