30 dezembro 2020

A guerra na Síria e o efeito danoso nas crianças

 


1.300 crianças de Damasco, na Síria, nos últimos 9 anos, foram analisadas como o objetivo de examinar-se o impacto da guerra em sua saúde mental. O resultado é catastrófico, como não poderia deixar de ser:

53% apresentam quadro de estresse pós-traumático.

61% têm problemas moderados/severos de saúde mental.

62% relataram dificuldades de controlar a raiva.

Vale lembrar que 40% das crianças perderam alguém próximo e 50% mudaram-se de casa por força das circunstâncias.


Referência:

ELER, Guilherme. As marcas da guerra. Superinteressante, São Paulo, dez. 2020. Supernovas.


29 dezembro 2020

2021 | Calendário de uma página

 



Calendário 2021 - 1 página 📆
Autor: Humberto Bortolossi
Versão adaptada: @portalmath

Os romanos (1): "Um navio brilhou no céu"

 




Tomar leite? Vestir calça na Roma Antiga? Coisas de bárbaros! O uso de calças que começou a se disseminar com o tempo teve que ser proibido por decreto pelo imperador Honório, no final do século 4º d.C.

Os gauleses inventaram um sabonete à base de gordura animal e cinzas. Os romanos, tal como os gregos, faziam uso de azeite e esponja durante o banho.

"Sonhar que está morto ou sendo crucificado é previsão de casamento para os solteiros", Artemidoro de Daldis em sua obra Sobre a Interpretação dos Sonhos

"Algo que parecia um navio brilhou no céu..."; "Algo que parecia um grande frota foi avistada no céu em Lanúvio, perto de Roma" (citado por Tito Lívio, em sua História de Roma).

Referência:
MCKEOWN, J.C. O livro das curiosidades romanas: histórias inusitadas e fatos surpreendentes do maior império do mundo. Belo Horizonte: Gutenberg, 2011.

25 dezembro 2020

As tradições natalinas e o advento do Papai Noel via Coca-Cola

 



O antropólogo britânico Daniel Miller, formulador da Teoria do Natal, chama a atenção para o fato de que as tradições natalinas mesclaram influências culturais de povos diversos. Assim, da tradição alemã, temos o corte de pinheiro - perdendo força para o espírito de respeito e preservação da Natureza. Os holandeses contribuíram com o preenchimento de meias. Os cartões natalinos surgiram na Inglaterra e a manjedoura surgiu na Itália.

Por outro lado, o professor de estudos de mídia George Mckay, atenta para o surgimento da figura do simpático velhinho que todos conhecemos  como Papai Noel, na versão usada inicialmente como garoto-propaganda a serviço da Coca-Cola Company há cem anos atrás. Um personagem em última análise a serviço do consumismo engendrado pelo Capitalismo e que se transformou no símbolo maior do Natal festejado no mundo inteiro, um dos elementos do festival de consumo que nos EUA ainda inclui o Halloween e o Dia de Ação de Graças. Enfim, Papai Noel tomou conta da festa em homenagem ao aniversariante ilustre ...


Referência:

DESLANDES, Gabriel. Coca-colonização da cultura: como o Natal se americanizou em todo o mundo. Disponível em: https://revistaopera.com.br/2019/12/19/coca-colonizacao-da-cultura-como-o-natal-se-americanizou-em-todo-o-mundo/ . Acesso em: 25 dez 2020.


A diferença

A diferença entre a galinha e o político é que o político cacareja e não bota o ovo.

(Millôr Fernandes)

21 dezembro 2020

Nomes & profissões

 



Como seria se as pessoas tivessem o nome de acordo com sua profissão? Poderia ser o seguinte:

Iná Lemos - pneumologista
Ester Elisa - enfermeira
Ema Thomas - traumatologista
Inácio Filho - obstreta

Oscar A. Melo - confeiteiro
Elma Madeira - babá
Armando Faria Casagrande - engenheiro
Ana Lisa - psicanalista

P. Lúcia - fabricante de bichinhos
Marcos Dias - fabricante de calendários
Olavo Pires - balconista de lanchonete
Décio Machado - lenhador

H. Lopes - professor de hipismo
Oscar Romeu - dono de concessionária
Olavo Lino - professor de música
K. Godói - proctologista

Eudes Penteado - cabeleireiro
Passos Dias a Guiar - motorista de táxi
Édson Fortes - baterista
Sara Dores da Costa - reumatologista

> Autor desconhecido

Hospedar da bicicreta

 



A professora para o Joãozinho:

- Me diga um verbo.

- Prástico!

- Em primeiro lugar, não é "prástico", é "plástico". E "plástico" não é verbo. Zero! Marquinhos, agora você. Me diga um verbo.

- Bicicreta!

- Não é "bicicreta", é "bicicleta", que também não é verbo. Zero também! Paulinho, sua vez.

- Hospedar!

- Muito bem, verbo "hospedar". Agora construa uma frase usando esse verbo.

- Hospedar da bicicreta é de prástico!


Melhores na tabela: Brasileirão, Premier League e La Liga | Gaúchos nas séries B/C/D


Brasileirão - Série A

1º - São Paulo (53 pts.)

2º - Flamengo (48)

3º - Atlético MG (46)

4º - Internacional (44)

Premier League

1º - Liverpool (31 pts.)

2º - Leicester City (27)

3º - Manchester United (26)

4º - Everton (26

La Liga

1º - Atlético Madrid (29 pts.)

2º - Real Madrid (29)

3º - Real Sociedad (26)

4º- Villarreal (25)

Gaúchos nas séries B/C/D: 

Série B - Juventude (4º), Brasil (14º)

Série C - Ypiranga (4º - Grupo B)

Série D - Caxias (3º - Grupo A8), Pelotas (5º - Grupo A8)

20 dezembro 2020

A Era de Aquário | O fim da civilização baseada no egoísmo

 



A Era de Aquário não tem data específica para começar. Trata-se de um processo, assim como a passagem da noite para o dia. Mas há historicamente falando, muitas hipóteses, dentre elas as de que teria dado seu pontapé inicial por ocasião da Revolução Francesa ou por ocasião dos efervescentes anos 60 do séc. 20. O fato é de que astrologicamente falando vivemos o processo de mudanças, o fim de uma era marcada pelo individualismo excessivo.

Aquário rege a mente, a introspecção, a preocupação como o coletivo. Serão tempos de avanços inimagináveis no campo da Ciência, no campo do conhecimento do Espírito, no campo da construção de uma sociedade humana em que a preocupação com o bem-estar de todos será a tônica maior. Tudo que não satisfaz realmente as necessidades humanas, será jogado para escanteio.

A queda desta Civilização baseada no materialismo, no dinheiro e nos privilégios de toda ordem será inevitável.

Kardec e a Astrologia

 


Espíritas não acreditam em astrologia... Tomam por base "O Livro dos Espíritos", em que Kardec (e não os espíritos da Codificação...) posiciona-se contrário a ela. Vale lembrar, porém, que o Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail, eminente educador francês da época, chegando até mesmo a participar com valiosas ideias sobre a reforma da educação em seu país, era um homem de seu tempo, e em muitos aspectos estava alinhado com o pensamento científico da época, o que de nenhum modo desmerece seu notável valor como pesquisador da realidade do Espírito. De qualquer forma, não é o caso de tomar-se todos seus posicionamentos pessoais como uma verdade inquestionável. Vide por exemplo o fato de ter-se influenciado pelas ideias de "raça" do meio científico da época e seus desdobramentos, nada recomendáveis, para dizer o mínimo.

19 dezembro 2020

Aconteceu no tribunal (1)

 




Rola por aí a reprodução de diálogos oriundos de uma suposta obra chamada Desordem no Tribunal, que segundo dizem jamais foi encontrada em livrarias ou saites, e que reúne diálogos tidos como verdadeiros de taquígrafos em dias de trabalho nos tribunais... Vejamos alguns:

Advogado: Qual é a data do seu aniversário?

Testemunha: 15 de julho.

Advogado: Que ano?

Testemunha: Todo ano.


Advogado: Então a data de concepção do seu bebê foi 8 de agosto?

Testemunha: Sim, foi.

Advogado: E o que estava fazendo nesse dia?


Advogado: Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em pessoas mortas?

Testemunha: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas...


Advogado: Aqui na corte, para cada pergunta que eu lhe fizer, sua resposta deve ser oral, ok? Que escola você frequenta?

Testemunha: Oral.


Advogado: Sobre esta foto sua... o senhor estava presente quando ela foi tirada?

"Niggaz Place", uma barbearia com nome equivocado

 


Numa galeria no centro de São Paulo, há uma barbearia com nome deveras discutível: Niggaz Place. Sim, em inglês, língua que dá status a qualquer estabelecimento, de acordo com o pensamento vigente. Só que muito provavelmente os donos não sabem, mas  nigga, variação de nigger, que significa negro na língua de Shakespeare, tem um sentido fortemente pejorativo, muito mais até do que seu mais próximo correspondente em português: crioulo. E tem mais: seus proprietários são negros, votaram em Bolsonaro e se assumem como pessoas de direita. Então tá. 


Referência:

FRANCISCO, Flavio Thales; MACEDO, Márcio. A direita negra. Piauí, Rio de Janeiro/São Paulo, dez. 2020, p. 30.

Tempo de Travessia

 




15 dezembro 2020

Na tabela | Clubes gaúchos nas séries B/C/D

 


Série B

Juventude - 3º

Brasil - 13º

Série C

Ipiranga (Erexim) - 4º grupo B

Série D

Caxias - 3º grupo A8

Pelotas - 5º grupo A8

14 dezembro 2020

Os 4 melhores na tabela | Brasileirão, Premier League (inglês) e La Liga (espanhol)

 


Brasileirão

1º - São Paulo

2º - Atlético-MG

3º - Flamengo

4º - Palmeiras


Premier Ligue

1º - Tottenham Hotspur

2º - Liverpool

3º - Leicester City

4º - Southhampt


La Liga 

1º - Real Sociedad

2º - Atlético Madrid

3º - Real Madrid

4º - Villarreal

Racismo nos EUA e no Brasil: comparações

 


Para André Salata, professor do programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS, "a identidade racial  nos Estados Unidos, por uma série de motivos, faz com que esse conflito racial tenda a ser mais aberto. Portanto, isso cria condições políticas mais favoráveis para justificar esse tipo de política". Para ele, numa comparação com o fenômeno social no Brasil, chama a atenção para o fato de que "nos EUA, o conflito racial é muito mais forte. Isso gera um senso de comunidade mais arraigado. A marca das relações raciais no Brasil sempre foi a miscigenação. Isso dificulta um pouco o senso de comunidade".


Referências:

COLLAR, Antônio; FERREIRA, Wendel. Lições contra o racismo. Zero Hora, Porto Alegre, Porto Alegre, 12-13 dez. 2020.

COLLAR, Antônio; FERREIRA, Wendel. Na NBA, boicote sem medo. Zero Hora, Porto Alegre, Porto Alegre, 12-13 dez. 2020.

13 dezembro 2020

Velhinha de 42 anos é vítima de ônibus desgovernado

 



Jornal do Commercio, de Manaus,, em sua edição de 4 de agosto de 1960.

Crime no hipermercado: seis indiciados

 


O espancamento que resultou em morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, ocorrido no último 19 de novembro, no estacionamento do hipermercado  Carrefour, na loja situada no bairro Passo d'Areia, em Porto Alegre, conta com seis indiciados por homicídio classificado como doloso. A investigação cujo inquérito finalizou-se na última quinta-feira 10, atribuiu motivo torpe para o crime em função do racismo estrutural existente na sociedade.

Além do ex-PM temporário, do segurança da empresa terceirizada, da fiscal da loja do hipermercado, que atualmente encontram-se presos, foram indiciados igualmente e solicitadas as prisões de mais três pessoas: mais dois funcionários do Carrefour e mais um funcionário de empresa de vigilância. Para a delegada Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil, "foi uma reação desproporcional e que com base nas provas, envolveu um conjunto de circunstâncias sociais e comportamentais que evidenciaram o motivo torpe para o cometimento do crime".


Referência:

GULARTE, Jennifer; MARTINS, Cid. Seis indiciados por homicídio. Zero Hora, Porto Alegre, 12-13 dez. 2020. 


11 dezembro 2020

Minha maior vitória no jogo de xadrez

 



Meu pai ensinou os filhos, meu irmão e eu, a jogar xadrez. Ele inclusive jogava por correspondência com um velho amigo que morava no Interior. No colégio agrícola que frequentei, sobre o qual já escrevi uma postagem, eu representava minha turma, juntamente com um colega meu, no campeonato anual, promovido pelo grêmio estudantil, na categoria jogo de xadrez. Por três anos conseguimos o título de campeão da escola. Numa partida final de que me lembro até hoje, jogada no salão de festas da escola, tendo como árbitro um professor, por pura falta distração (não jogava tão bem assim...), perdi a dama. Perdi! - foi o que pensei na hora. Mas seguiu-se o jogo. Para minha sorte, meu adversário, colega de outra turma, tinha suas limitações tanto quanto as minhas. Então aconteceu o milagre... Fui empurrando os peões em frente e acabei encurralando o rei de meu adversário até um glorioso xeque-mate. Isso acabou me garantindo a vitória, para mim espetacular e inesquecível...


08 dezembro 2020

Jogos de linguagem: romance sem a letra "e", capítulos com palavras iniciadas só com uma letra...

 


Lipograma é um antigo recurso literário que constitui-se da supressão de uma ou mais palavras de um texto. O romance La Disparition (O Sumiço, na versão em português), com mais de 300 páginas do escritor francês Georges Perec (1936-1982) fornece um exemplo da prática: não contém nenhuma palavra com a letra "e", justamente aquela é a mais usada na língua francesa.

Uma passagem da obra, como a título de exemplificação: "Ia sucumbindo. A cada dia ficava uns cinco quilos mais magro. À vista, sua mão não passava de um coto agora."

É dele, aliás, a criação de um palíndromo (texto possível ser lido igualmente de trás para frente) com  1.247 palavras!

Um outro colega seu, o escritor americano Gilbert Adair, em seu romance Alphabetical Africa, os capítulos começam inicialmente apenas com palavras começadas por "a": "Ainda a África: Albert aparece, animado, analisa a arte africana, a angústia africana - ah, adiante ataca a arquitetura Ashtanti...", de pois com "b" e assim por diante.


Referências:

LODGE, David. A arte da ficção. Porto Alegre: LP&M, 2017. Coleção LP&M Pocket, v. 879. 

LOSNAK, Marcos. Leitura - O misterioso desaparecimento das letras. Folha de Londrina. Londrina, 03 mai 2016. Disponível em: https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/leitura---o-misterioso-desaparecimento-das-letras-945181.html. Acesso: 08 dez 2020.


04 dezembro 2020

Humboldt e Euclides da Cunha: visões opostas sobre a Amazônia: encantamento e desprezo

 



Alexander von Humboldt (1769-1859), naturalista e explorador prussiano, e Euclides da Cunha (1866-1909), escritor e jornalista brasileiro, autor de Os Sertões, em dois depoimentos sobre seu contato com a Amazônia, apresentam diferentes pontos de vista sobre ela.

Humboldt, provavelmente seu mais extraordinário explorador, em carta ao irmão expressa seu encantamento o com o que viu na Amazônia venezuelana: "Corremos de um lado para o outro feito bobos." Seu companheiro de viagem, um botânico de viagem, escreveu sobre seu primeiro contato com a floresta afirmando que "enlouqueceria se as maravilhas não acabassem logo".

Por outro lado, Euclides da Cunha, em viagem à Amazônia para chefiar expedição de demarcação da fronteira entre o Brasil e o Peru, em seu livro póstumo À Margem da História, que trata do ano em que viveu na grande floresta, utiliza termos como "desapontamento", referindo-se ao rio Amazonas, "monotonia", para a paisagem, "desordem" (natureza), "imperfeita" (a flora), "monstruosa" (a fauna), "desprezível", referindo-se a um pássaro e, como se não bastasse, classificou a natureza como "incompleta".

Visões distintas sobre a grande selva, uma de encantamento, outra de desprezo...


Referência:

SALLES, João Moreira Salles. Arrabalde: parte I - A floresta difícil. Piauí, Rio de Janeiro/São Paulo, nov. 2020, p. 44.

Imagem:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Acervo_Museu_do_Senado_(20349015646).jpg Acesso em: 25 nov 2020

02 dezembro 2020

As bases do racismo estrutural brasileiro


Estudiosos da questão explicam que as bases do racismo brasileiro se assentam nos quase quatro séculos em que a escravidão africana vigorou. No decorrer dos períodos Colonial e Imperial, a escravidão posicionou, de maneira indivisível, os negros e brancos em mundos diferentes. Com a assinatura da Lei Áurea, em 1888, passaram a vigorar mecanismos menos explícitos de tentativa de subordinação da população negra.

> Guilherme Justino, na reportagem Uma questão estrutural, publicada no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, na edição de 28-29/nov/2020.


30 novembro 2020

Carrefour: do lado de cá e do lado de lá das grades

 


Do artigo O lado do preconceito, de Julia Dantas, publicado em Zero Hora de 28-29 nov. 2020:

"Cada vez mais aceita-se a tese de que policiais têm o direito de matar se estiverem agindo sob forte emoção. Mas não se aceita que um manifestante jogue uma pedra numa janela agindo sob forte emoção."

"Nós somos as pessoas que estão do lado de cá das grades, inclusive os policiais que agem sob as ordens de chefes que não estão ali - que estão do lado de lá da grade, junto ao poder econômico que não se constrange em quebrar corpos para defender vidraças."

"Quando os militares vão parar de treinar policiais propensos a comportamentos explosivos? Passou da hora de mexer nas estruturas."

Referência:

DANTAS, Julia. O lado do preconceito. Zero Hora. Porto Alegre, 28-29 nov. 2020. Doc, pg. 5.  

Trago sua foto nua em três dias

 



A tecnologia é uma faca de dois gumes, como se diz por aí. A inteligência artificial pode ser usada de uma maneira positiva: os filmes da Pixar, o uso de deep fakes para a realização de diagnósticos, sem falar nos jogos eletrônicos, os bacaninhas, diga-se de passagem. Fabro Steibel em sua coluna recente de jornal (vide referência abaixo), nos chama a atenção para um uso negativo da mesma: já existe um aplicativo chamado DeepNude, que originalmente surgiu na Índia. Pelo Telegram, desenvolveu-se um negócio informal altamente lucrativo. Em contato com um chatterbot,"programa de computador que tenta simular um ser humano  na conversação com as pessoas", explica a Vikipédia, envia-se para ele uma foto de mulher com roupa e a devolve inteiramente nua, algo que nas mãos de chantagistas pode causar um sério problema. Calcula-se que mais de 100 mil mulheres já foram despidas dessa forma, sendo que a Rússia é o principal mercado. Investigações foram abertas nos EUA e em outros países. Apple e Telegram tentam banir o uso da tecnologia. A propósito: não há tecnologia em termos de algoritmo para desnudar homens adultos.


Referências:

CHATTERBOT. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Chatterbot. Acesso em: 30 nov. 2020.

STEIBEL, Fabro. Trago sua foto nua em três dias. Zero Hora, Porto Alegre, 28-29 nov. 2020. Doc, p. 5.

Treinamento de camuflagem...

 



- Sr. Pedro, hoje não o vi durante o treinamento de camuflagem...
- Obrigado, senhor sargento!

Surgirá uma nova classe, além dos explorados: a dos excluídos

"Com o avanço da inteligência artificial, Yuval Noah Harari, autor de Sapiens, prevê que muitos profissionais não ficarão apenas desempregados, como também não serão mais empregáveis", diz o lide de matéria reproduzida na revista digital Época Negócios originalmente publicada como artigo do escritor em The Guardian tendo como título O significado a vida em um mundo sem trabalho. 

Para Harari, o sistema deverá se valer de um sistema de renda básica universal com a finalidade de alimentar essas pessoas e manter os indivíduos entretidos com algum jogos de realidade virtual em 3D. Ficção pura? Há 50 anos atrás, a internet poderia ser considerada como tal. Para o autor, trata-se de "uma realidade muito antiga". Dá como exemplo o papel desempenhado ao longo dos tempos pelas religiões e pelo consumismo, que sob a ótica dele funcionam como jogos: “Se você reza todo dia, ganha pontos. Se você se esquece de rezar, perde pontos. Se no fim da vida você ganhou pontos o suficiente, depois que morrer irá ao próximo nível do jogo (também conhecido como céu)”. Você também ganha pontos com suas compras disso e daquilo e ganha o jogo se fizer mais pontos do que as outras pessoas.


Referência:

"Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis." Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2018/01/uma-nova-classe-de-pessoas-deve-surgir-ate-2050-dos-inuteis.html?fbclid=IwAR0GdchItKKDZN5aFxIL4UR0DUwuuaTrq05Veg-s_tOvfdeIlGED8owgnlQ. Acesso em: 30 nov. 2020


26 novembro 2020

O objetivo da arte segundo Victor Chklóvski

 

Nestes tempos pandêmicos, estou relendo alguns livros meus, ao mesmo tempo em que vou avançando na leitura de Mundo sem Fim, de Ken Follet. Como releitura, a obra da vez é a A Arte da Ficção, de David Lodge, pela coleção L&PM Pocket, vol. 879, em que o autor desenvolve 50 tópicos sobre a arte de contar uma boa história. No de nº 11, sobre estranhamento, termo cunhado pelos formalistas russos, ele cita Victor Chklóvski (1893-1984), crítico literário, escritor e cenógrafo que atuou antes e depois da Revolução Russa: "A Arte existe para que possamos recuperar a sensação de estarmos vivos; existe para fazer-nos sentir coisas, para tornar a pedra "dura". O objetivo da arte é nos proporcionar a experiência das coisas tal como as percebemos, não como as conhecemos." 


Referências:

LODGE, David. A arte da ficção. Porto Alegre: LP&M, 2017.

VIKTOR CHKLOVSKY. In: Vikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Viktor_Chklovsky. Acesso em: 27 nov. 2020. 


25 novembro 2020

AMAZÔNIA | Frei Gaspar de Carvajal (séc. 16) teve seguidores: tomada e exploração

 



Gaspar de Carvajal (1504-1584), padre dominicano espanhol, encontrava-se em 1541 na primeira travessia pelo rio Amazonas feita por europeus, comandada por Francisco de Orellana, 57 soldados e ele, da nascente peruana até o Atlântico. Em seus relatos de viagem, Carvajal fala dos perigos e agruras que viveram durante os oito meses da viagem, como a fome e os ataques de índios. Muitas vezes enganaram o estômago comendo "couros, cintas e solas de sapato cozidos com algumas ervas, de maneira que era tal a nossa fraqueza que não podíamos ter em pé." Tudo isso em meio a uma variedade bastante grande de peixes, invisíveis à vista destreinada...

Deve-se ao frei o batismo do grande rio como Amazonas, para o qual inspirou-se no mito de mulheres guerreiras da mitologia grega. Ocorre que num dado momento da viagem, os europeus foram atacados por índios liderados por supostas mulheres de extrema valentia e coragem. "São muito membrudas e andavam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com seus arcos e flechas nas mãos", narra Carvajal em seu diário. A ideia de índias guerreiras já era conhecida do espanhóis. Eram de fato índias ou a imaginação as criou, em meio àquele mundo tão diferente da realidade europeia?

Registra Carvajal, para finalizar-se: "É terra temperada, onde se colherá muito trigo e se darão todas as árvores frutíferas. Além disso, está aparelhada para criar todo o gado, porque há nelas muitas árvores como em nossa Espanha, tais como o orégão e cardos pintados e rajados, e outras muitas ervas."

Registrava-se assim uma ideia dos brancos, para o futuro, sobre a exploração da floresta com fins econômicos...


Referências: 

GASPAR DE CARVALHAL. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaspar_de_Carvajal. Acesso em: 25 nov. 2020.

SALLES, João Moreira Salles. Arrabalde: parte I - A floresta difícil. Piauí, Rio de Janeiro/São Paulo, nov. 2020, p. 44.


Imagem:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Acervo_Museu_do_Senado_(20349015646).jpg Acesso em: 25 nov 2020

21 novembro 2020

Valía la vida

 


"Lo escogí a usted porque me di cuenta de que valía na pena, valia los riesgos, valía la vida..."
- Pablo Neruda

19 novembro 2020

Biblioteca do Vaticano: ameaça de hackers ao seu acervo digitalizado

Considerada uma das instituições de pesquisa mais importantes do mundo, com um vasto acervo de manuscritos (incluindo até mesmos aqueles de origem inca), livros, imagens, moedas, medalhas e obras de arte, a Biblioteca Apostólica Vaticana foi fundada pelo papa Nicolau 5º e é a mais antiga da Europa.

Em 2012 teve início a digitalização de seu material de imenso valor histórico, em termos de 41 milhões de páginas, e em função dos ataques cibernéticos cada vez mais frequentes promovidos por hackers, o Vaticano contratou os serviços de uma empresa de segurança cibernética para a defesa de seu trabalho de digitalização. 

"Temos de proteger nossa coleção online para que os leitores possam confiar que os registros são uma história precisa e inalterada", afirmou Malio Miceli, diretor de informação da biblioteca.


Referências:

BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_Apost%C3%B3lica_Vaticana. Acesso em: 19 nov. 2020.

SHERWOOD, Harriet. Anjos robôs. CartaCapital, São Paulo, 18 nov. 2020. QI p. 49.


Imagem:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Codice_Palatino_927_-_part.jpg. Em 19 nov. 2020.

18 novembro 2020

Humor

 




Treinadores estrangeiros não se acertam com a mentalidade dos clubes brasileiros

Recentemente dois treinadores estrangeiros, Eduardo Coudet (Internacional) e Domènec Torrent (Flamengo) desligaram-se de seus respectivos clubes mesmo fazendo ótimas campanhas na Série A do Campeonato Brasileiro. O fato é, como bem salientou o cronista esportivo Leonardo Oliveira, em jornal local: "Não adianta importarmos ideias estrangeiras se pensarmos o futebol com cabeça nacional."


Treinadores estrangeiros trazem na bagagem suas convicções sobre como treinar um time e dificilmente abrirão delas para se sujeitarem aos interesses imediatistas dos dirigentes de clubes, no bagunçado contexto do futebol profissional jogado no Brasil. Não aceitam a postura dos treinadores nacionais, que muitas vezes têm que renunciar às suas convicções de como treinar um time e prepará-lo para as competições, fazendo concessões para manter-se no cargo. A falta de autonomia é tão grande que treinadores da série A mantém-se em média seis meses no cargo, lembra o cronista, em meio ao contexto de um calendário irracional e o imediatismo que norteia a política dos clubes.

17 novembro 2020

"O latim era uma língua muito fácil"

 

Certa vez, quando dava aula como professor de Português para alunas do Curso Normal, 1º ano, o assunto era origens da língua portuguesa. Não me lembro de como apresentei o assunto, a não ser o fato de ter dado alguns exemplos no quadro de algumas palavrinhas em latim bem fáceis de serem identificadas em português. O tempo passou e em prova, na qual tal conteúdo também seria cobrado com alguma pergunta, uma aluna em sua resposta à questão escreveu num dado momento algo assim: O latim era uma língua muito fácil.

Fernando Aramburu, autor de "Pátria", romance que virou série da HBO

 



Nascido em San Sebátian, no País Basco, em 1959, no mesmo ano em que o grupo terrorista ETA começou suas ações, o escritor e ensaísta espanhol Fernando Aramburu, viu seu romance Pátria, grande sucesso literário que vendeu mais de um milhão de cópias em espanhol, tendo atingido mais de 30 países, transformar-se em série homônima da HBO.

Em entrevista recente de jornal (vide referência abaixo), o autor, que reside desde os anos 80 na Alemanha, com a família que construiu, recorda de sua vida em sua cidade natal, o regime franquista e as ações terroristas do ETA que presenciou quando jovem, bem como sua experiência como escritor. Seu romance Pátria, assim como outros trabalhos seus, aborda os comportamentos humanos em meio à violência provocada pelos sérios conflitos de caráter político que chegou a vivenciar. "Trato no livro de temas universais: a família, a dor, o medo, a violência, o perdão e a reconciliação" - afirma ele na entrevista. 

Quanto à adaptação do romance para a TV, diz que não procurou intervir no processo, porque pouco entende de cinema e não quis "incomodar". Emocionou-se bastante de ver seus personagens na tela. "Agora sou incapaz de pensar neles sem colocar as caras dos atores", afirmou.


Referências:

FERNANDO ARAMBURU. In: Wikipedia, la enciclopedia libre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1tria_(s%C3%A9rie_de_televis%C3%A3o). Acesso em: 17 nov. 2020.

VIECELI, Leobnardo. "Fora da democracia, está o inferno". Zero Hora, Porto Alegre, 14-15 nov. 2020. Doc, p. 12-13.


Imagem:

By Aramburu - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=79261387

15 novembro 2020

Marketing eleitoral na Antiga Roma

 


Foto de César Dorneles | Ostia Antica, Roma (muro)

"É preciso que sua campanha eleitoral tenha ares de um grande desfile, magnífico, esplêndido, que apele para o gosto popular e apresente um espetáculo digno e singular. Se possível, é interessante que haja algum tipo de escândalo contra seus oponentes, algo que envolva comportamento criminoso, ou sexo, ou chantagem, o que mais for apropriado ao caráter deles." Atribuído a Quinto Cícero, dando conselhos a seu irmão, candidato ao Consulado.

Referência:
MACKEOWN, J.C.. O livro das curiosidades romanas: histórias inusitadas e fatos surpreendentes do maior império do mundo. Belo Horizonte: Gutenberg, 2011.

13 novembro 2020

Por que Gilberto Gil tornou-se gremista...

 


Estou assistindo pela HBO à série O Negro no Futebol Brasileiro, que também pode ser vista por inteiro no YouTube. A série, como não poderia deixar de ser, destaca o racismo e o preconceito sofridos ao longo das décadas por jogadores negros e pardos, a ponto de terem motivado a profissionalização do futebol no Brasil ter sido motivada, além de outras razões, para evitar-se o constrangimento de se ter negros no quadro social dos clubes, já que nos primórdios do amadorismo, os jogadores eram igualmente sócios dos clubes que eram fundados. Como atleta profissional, ganhando seu salário, passaram a serem apenas empregados das instituições... No episódio 2, além de jogadores veteranos e pesquisadores continuarem a falar sobre o assunto, Gilberto Gil também dá seu depoimento. Como nota engraçada, em meio à questão racial, o grande cantor e compositor da MPB conta que certa vez, encontrando-se em Porto Alegre, teve a oportunidade de assistir a um gre-nal, no qual o Grêmio ganhou por 1x0, gol marcado por num baianoUm jornalista aproveitou a oportunidade para entrevistá-lo depois do jogo, ainda no estádio, e uma das perguntas foi sobre o motivo de Gil declarar-se gremista. Diga-se de passagem, o Grêmio, fundado por pessoas de origem alemã (1903), tem um expressivo passado de não admissão de jogadores de cor negra. Gil respondeu, após dar uma olhada para o céu bem azul ainda visível: Sou gremista porque o céu é azul, a lua é branco e eu sou preto... Uma referência bem-humorada às cores do Grêmio. 

Trump

 

Talvez o Trump aceite o título de Presidente Emérito. Sei lá, não custa tentar! Vou ligar
pro Biden.

Torcedores de futebol já não são tão fiéis como antes...

 


Se dependesse de meu pai, eu seria gremista até hoje e meu irmão, colorado... Mas quando atingi a adolescência, eu mesmo, como bom leonino, escolhi meu clube para torcer, o Sport Club Internacional. Atualmente, porém, minhas preferências clubísticas recaem igualmente sobre o Liverpool Football Club e na Itália, alimento simpatias pelo Nápoles, ou seja, a Società Sportiva Calcio Napoli. Acompanho mais de perto as partidas do clube da cidade do Beatles principalmente pelo fato de que sou um admirador do futebol inglês e seu campeonato nacional que é considerado o melhor do mundo.

Surpreendente? Nem tanto. Sigo a tendência moderna em que a fidelidade a um único clube está virando coisa do passado, segundo artigo de tempos a atrás do excelente jornalista Nirlando Beirão, que infelizmente veio a falecer tempos depois. Sua matéria Réquiem para o torcedor fiel foi publicada em CartaCapital em sua edição de 16/jan/2019.

Segundo ele o fenômeno se deve à globalização do esporte graças a uma massiva exposição na TV de competições futebolísticas internacionais, principalmente as europeias, de qualidade visivelmente superior àquelas que ocorrem no Brasil. Nirlando menciona o pensamento de Alan Tapp, professor de marketing da British Business School: o amor ao time talvez não se modificou, mas a intensidade sim. Um exemplo para ilustrar o fato: a comunidade de torcedores brasileiros do Chelsea, clube londrino, no Facebook, seguida por quase 50 mil pessoas: https://www.facebook.com/ChelseaBrasil/