29 março 2022
MOSAICO | Minhas viagens/ Brasil/Uruguai: históricas disputas de fronteira/ Os quintos dos infernos. E mais.
28 março 2022
A elitização do futebol, a decadência do espetáculo
25 março 2022
CABEÇAS PENSANTES | Olhem-se menos no espelho!/ Vida abundante/ Liberação das máscaras. E mais.
22 março 2022
MOSAICO | Ana Terra/ A menor rua de Porto Alegre/ Ideias regadas a vinho/ Cabeças Pensantes
Andanças literárias
21 março 2022
PESQUISA | Como o brasileiro se informa...
Pesquisa elaborada sob iniciativa do Congresso Nacional chegou à conclusão de que o WhatsApp, com 136 milhões de usuários no Brasil, é a principal fonte de informação do brasileiro em geral, uma preferência que incluiu 79% dos entrevistados *.
18 março 2022
CABEÇAS PENSANTES | Torcidas organizadas pra quê?/ BBB por quê?/ O voluntário na guerra.../ Ter amigos/ E mais.
16 março 2022
MOSAICO | Andanças literárias/ Mão inglesa em Porto Alegre/ Ideias regadas a vinho/ Humor/ Curiosidades
14 março 2022
O racismo afeta o desenvolvimento das crianças negras
Tolentino afirma que sua autoestima foi bastante prejudicada, o que a levou a um complexo de inferioridade. A cartilha produzida pelo núcleo de estudos acima referido alerta para o fato de que tal problema afeta o desenvolvimento infantil de milhões de crianças negras, muitas vezes com sérias consequências futuras, como a existência de doenças crônicas na fase adulta.
11 março 2022
ARMAZÉM DORNELES | Loucas histórias da Censura/ Com permissão do marido/ Cabeçadas no futebol
09 março 2022
ENTREVISTA com Fernando Pita (2ª parte) | 1922: o Modernismo também já ocorria no Rio/ Brasil: democracia x autocracia
4. Comemoram-se neste mês de fevereiro os 100 anos da Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Como não poderia deixar de ser, muitos livros foram ou serão lançados em breve alusivos ao evento, alguns deles com uma postura revisionista sobre a real importância histórica da Semana, como por exemplo a obra As Vozes da Metrópole, do jornalista e escritor Ruy Castro. Segundo ele, "a Semana de 22 arrombou uma porta já aberta"... Como você se posiciona a respeito?
Veja, a declaração do Ruy Castro foi feita sob medida para causar impacto mundo afora; mas a verdade é que ela não está de todo equivocada: pelo menos dez anos antes da Semana, já havia fortes indícios de renovação no mundo das letras brasileiras: o romance urbano de Lima Barreto, a literatura-denúncia de Euclides da Cunha, a crônica urbana de João do Rio, e por aí vai... Contudo, ainda não estava claro onde tudo isso ia desembocar, se é que ia desembocar em algum lugar. Além disso, a tradição literária parnasiana ainda era muito forte, haja vista que o Brasil é o único país cuja literatura abriga uma segunda geração parnasiana, representada pelo petropolitano – e injustamente esquecido - Raul de Leoni.
Por outro lado, toda essa inovação ocorria no Rio de Janeiro, ainda capital federal; mas que perdia o posto de centro econômico do país para São Paulo, que apesar de ser uma cidade rica, tinha uma elite vista como “provinciana”, ou mesmo “retrógrada”. E foi justamente para dissipar essa imagem que a intelectualidade paulistana encampou a ideia da Semana de Arte Moderna e tentar moldar, também, os rumos da cultura brasileira.
Então, eu realmente acredito que a Semana de fato encontrou a porta aberta, mas – e isso é o mais importante - foi ela que a atravessou e indicou o rumo a ser seguido. Sem ela, com certeza a entrada do Brasil na modernidade cultural teria demorado mais e, com certeza, teria tomado outros rumos.
Então, em paralelo às questões artísticas e estéticas que a Semana nos trouxe, ela também foi mais um episódio da conhecida disputa entre as duas principais cidades do país: aquela que, por ser capital política, pensava que deveria sê-lo em todo o resto; e aquela que, por ser a mais rica, busca afirmar-se e, através do poderio econômico, impor uma nova estética. E nisso, ela teve um sucesso relativo, pois essa nova estética somente conseguiria fixar-se na cultura brasileira, a partir dos anos 30, com a Era Vargas, na qual a elite paulistana teve um papel secundário.
5. Muitas pessoas, sobretudo aquelas com uma consciência política e social mais apurada, estão temerosas em relação ao futuro deste país. Temos chances de sacudir a poeira e dar a volta por cima, como diz a música?
Acredito que essas pessoas que você citou estão temerosas com relação ao futuro do planeta em si, e não só do Brasil. Digo isso porque, olhando de uma perspectiva mais ampla, o mundo vive uma disputa entre democracias e autocracias, sendo que, em ambos os grupos, há governos de esquerda e de direita. O Brasil elegeu um sujeito de extrema-direita, cuja megalomania é diretamente proporcional à incapacidade, e que tem grandes tendências autocráticas, como não cansa de demonstrar. A questão é que, por outro lado, isso serve também para aglutinar as forças contrárias, de tendência democrática, em torno não só de nomes, mas de valores, e eu te asseguro: desde a campanha das Diretas (1984) que não vejo tanta defesa de valores democráticos como agora. Então, é baseado nisso que, acredito eu, teremos chance de, ainda esse ano, dar início ao processo de extirpar esse câncer e voltar a viver. Será um longo processo, bem longo e sofrido, mas acho que, se as forças democráticas se unirem e atuarem em conjunto - e pararem de “passar pano” pra quem não acredita na democracia - não só daremos a volta por cima, mas poderemos ir muito além.
Veja a 1ª parte da entrevista
em https://cesardorneles4.blogspot.com/2022/03/1.html
07 março 2022
O bebê do Congresso