Andanças literárias
Encontro-me na capitania de São Pedro do Rio Grande, em meio às páginas de Ana Terra, novela de Erico Verissimo que faz parte de sua obra O Tempo e o Vento, o grande clássico da literatura gaúcha. Mais uma de minhas releituras recentes e a impressão é que o ato de ler me parece mais prazeroso, pois agora, mais amadurecido, presto mais atenção nos detalhes e na maneira pela qual o autor conduz a história. No séc. 18, a família Terra, proveniente de Sorocaba - pai, mãe e três filhos - vivem o duro cotidiano na estância de sua propriedade, sujeitos aos saques ocasionais por parte de bandoleiros. Até que um dia dão socorro e abrigo a um jovem índio mestiço, vindo da região das missões jesuíticas, após a expulsão dos padres castelhanos.
[D. Henriqueta] tinha saudade de Sorocaba, de sua casa, de seu povo. Lá pelo menos não vivia com o pavor na alma. Às vezes, temia ficar louca, quando o filho ia com a carreta para Rio Pardo, o marido saía a campear com o Horácio e ela ficava ali no rancho sozinha horas e horas com a filha. Ouvia contar histórias terríveis de mulheres que tinham sido roubadas e lavadas como escravas pelos índios coroados, que acabavam obrigando-as a se casarem com algum membro da tribo. (Extrato da obra)
Minhas ideias regadas a vinho |
É de se temer essa evolução tecnológica galopante em meio o egoísmo humano que comanda a sociedade.
"Tá todo mundo felizão na Semana do Consumidor", diz o comercial de TV. A mensagem de consumir para ser feliz nunca foi tão explícita.
Quando será que a mídia ocidental também irá ocupar-se, até a exaustão (como faz com guerras que lhe interessa cobrir), com a fome que assola o mundo?
Silêncio sobre os bombardeios no Iêmen. Silêncio sobre os conflitos intermináveis na África. Gritaria? Porque é na Europa.
Tá certo que os nosso políticos sejam admiravelmente experts em infectologia. Mas eu vou continuar usando minhas máscaras em qualquer lugar.
Cabeças Pensantes |
Nenhuma guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar. Eduardo Galeano
Não ser dono da verdade não significa nunca poder ter razão ou jamais ter convicção a partir de evidências. Jean Bodrillard, em conversa certa vez com o jornalista gaúcho Juremir Machado
Não sei quem és, onde estás, qual o teu nome. Todavia, és a minha esperança. Kierkegaard
Você sabia? |
A menor rua de Porto Alegre, situada no bairro Farrapos, tem 23 metros de comprimento e não é endereço de nenhum imóvel. Nem os moradores próximos sabem que se trata de uma rua até com nome: Rua Edson Luiz Souto, em homenagem a um estudante de 18 anos morto por policiais militares na Ditadura de 64. Na verdade, diga-se de passagem, a grafia está incorreta: era Luís com "s".
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MOSAICO | Andanças literárias/ Mão inglesa em Porto Alegre/ Ideias regadas a vinho/ Humor/ Curiosidades
O egoísmo é algo tão presente nos dias atuais que a tecnologia não consegue ser mais rápida que ele.
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