18 outubro 2021

Redes sociais podem causar dependência emocional e outros problemas

 




Matéria recente do Caderno Vida, do jornal Zero Hora de Porto Alegre, tratou da dependência emocional possível de acontecer por parte de aficionados das redes sociais, apresentando estudos já feitos e posicionamentos de psiquiatras sobre o assunto.

O recente apagão sofrido pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, em função de uma falha, na primeira semana de outubro, e os efeitos danosos sobre milhões de seguidores no mundo inteiro, que se viram bastante desconfortáveis com o ocorrido, estimularam ainda mais a discussão em torno do assunto.

Além dos danos de caráter profissional, a impossibilidade de acesso às redes citadas atingiu em cheio as pessoas que sofrem daquilo que poderia ser qualificado como um verdadeiro processo de viciação provocada pela necessidade de ser visto, dar e receber likes etc.

Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP, ouvido pela reportagem, chamou a atenção para o fato de que "as programações são feitas para levar as pessoas a navegarem mais do gostariam. Se eu tirar um selfie e publicar na rede social "X", eu vou ter cem likes em uma hora? Não. Ela passa por conta-gotas para me fazer mais tempo interagindo com essas plataformas".

Em 2019, estudo publicado pelo EClinical Medicine "analisou dados de mais de 10,9 mil adolescentes de 14 anos para avaliar se o uso de redes sociais estavas associados a sintomas depressivos". 40% das meninas e 25% dos meninos tiveram experiências de assédio online ou cyberbullying e 40% das meninas em comparação com 28% dos meninos afirmaram que tinham dificuldades para dormir. "Entre as meninas, também ficou evidente a maior propensão à baixa autoestima, à insatisfação com o peso corporal e à infelicidade com a aparência". Deve-se levar em conta ainda, na questão examinada como um todo, os problemas ligados à saúde como problemas posturais e oftalmológicos.

A médica Analice Gigliotti, membro da Comissão de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria, o sentimento de solidão por parte dos jovens agravou-se com as redes sociais, já que o convívio direto com os amigos foi afetado, sem falar no aumento dos índices de suicídio, depressão, problemas de autoimagem, imagem corporal, estes detectados por estudos internos realizados pelo próprio Facebook. 

Eu mesmo, que sempre cultivei o hábito de entreter-me ou buscar conhecimentos através da leitura de um bom livro, dei-me conta que nos últimos tempos havia reduzido meu tempo de leituras. Reagi. Hoje fico bem menos tempo diante do Facebook (não uso Instagram, raramente acesso o Twitter) e retornei a um ritmo bem maior de leitura de livros e periódicos.

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