A Antiga Pérsia teve Ciro, o Grande. O Brasil tem Ciro, o Pequeno.
Comecei a ler Tuiatã, romance da escritora gaúcha Hilda Simões Neto, que também é advogada e socióloga. Seu avô Simões Lopes Neto (1865-1916), escritor e empresário de Pelotas que notabilizou-se por sua temática literária voltada para a história e as tradições do estado sulista. É autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
Para escrever Tuiatã, lançado pela editora Libretos, Hilda fez uma extensa pesquisa sobre a árvore genealógica de sua família, abrangendo inclusive o início do séc. 18 quando seus antepassados, de dois núcleos familiares diferentes (portugueses e ciganos), por força das circunstâncias acabaram imigrando para o Brasil Colonial, vindo a se estabelecerem inicialmente na Província de Minas Gerais, em plena efervescência da descoberta do ouro e pedras preciosas. Gerações futuras acabariam se deslocando para o extremo sul do País. O romance foi inspirado nessa saga.
"Guerras, revoluções, fugas, paixões, festas, homens corajosos e mulheres fortes atravessam as gerações. O Tuiatã será o pássaro-símbolo desta família com seu canto matinal e a presença constante junto ao ninho, em defesa dos seus", diz a contracapa do livro. Para que aprecia romances históricos, como eu, fica a sugestão.
Temer pelo menos sabia usar a mesóclise como ninguém.
12 de outubro foi o dia dos verdadeiros representantes da "melhor idade". Leoninos como eu encaram a velhice apenas com resignação e resiliência, sem idealizações descabidas. Por falar em, na mesma data, comemora-se (?) o descobrimento da América, dentro de uma visão ainda bastante eurocêntrica que não leva em conta a existência, já na era pré-colombiana, de grandes civilizações no continente, em certos aspectos superiores à europeia.
Nos estertores do Império Romano do Ocidente, em meio à queda de uma velha ordem política e social provavelmente muitos sonhassem com uma "volta ao normal". O problema é que a História adora novidades e aposta em grandes mudanças ao longo do tempo. Vive-se hoje um momento como esse, ímpar, em que assistimos ao fim de uma civilização que forçosamente dará a outra, alicerçada em novos parâmetros civilizatórios. Quem viver, verá. Quem não estiver mais vivendo nesta dimensão, também. E segue o baile. Aliás, o tal "normal", cá entre nós, estava baseado em anormalidades de toda ordem... Como nessa transição.
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