22 outubro 2020

Panlatino | A língua planejada criada por um diplomata goiano

 



William Agel de Mello, 83 anos, é um ex-diplomata goiano que chegou a trabalhar junto a Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto. Seu gosto pelo estudo das línguas resultou na criação do Dicionário Geral das Línguas Românicas e o Dicionário Geral das Línguas Românicas na Península Ibérica. Devido ao fato de que alguns léxicos de determinados idiomas ainda não existiam, chegou a visitar certos lugares onde eram falados, como a Sardenha, para estudar o sardo e compor seus dicionários sardo-português e português-sardo. A língua românica que mais lhe deu trabalho foi o romeno, em função da grande influência das línguas eslavas sobre seu léxico.

Como poliglota, acabou concretizando uma ideia desde sua adolescência de criar uma língua planejada, que a chamou de Panlatino, baseado nas línguas e dialetos neolatinos, com o objetivo de desbabelizar o mundo, segundo suas próprias palavras. Segundo ele, o Panlatino foi criado matematicamente, por computador, não seguindo o exemplo do esperanto, que para ele é uma língua artificial formada a bel-prazer, sem um critério, o que convenhamos mostra a falta de um conhecimento maior sobre a criação de Zamenhof. Disso resulta que a título de exemplo Recordo hata hoi. Va tenir l'inspiración en una note d'insomnia quer dizer Lembro até hoje. Tive a inspiração numa noite de insônia, na língua de Camões. 

O Panlatino mereceu alguma atenção por parte do mundo acadêmico. Além de dedicar-se a ele, seu autor ainda escreveu livros de ficção e trabalhou com traduções.

Referência: 
SAGGESE, Ana. Recordo hata oi. Piauí, Rio de Janeiro, out. 2020, p. 12.

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