08 outubro 2020

Esperanto nas obras de Isabel Allende

 


No momento em que estava lendo as primeiras páginas no novo romance de Isabel Allende lançado em português, Longa Pétala de Mar, de repente encontrei um parágrafo em que o esperanto é mencionado. É curioso que em sua carreira literária, isso não foi a primeira vez.

Veremos isso posteriormente. Primeiramente, algo sobre Isabel Allende, a mais consagrada escritora em língua espanhola do mundo. Nasceu em Lima, Peru, em 1942, mas ela é uma chilena de nascimento que com o tempo adquiriu também a nacionalidade norte-americana. Desde 1988 reside nos EUA. Em 1983 publicou seu primeiro romance: A Casa dos Espíritos, de grande repercussão internacional cuja história veio a ser adaptada para o cinema, com a participação dos atores norte-americanos Jeremy Irons e Wanona Ryder. Seguiram-se outros romances como Eva Luna, Filha da Fortuna e Retrato em Sépia, todos com grande aceitação por parte do público.

E o esperanto? Em A Casa dos Espíritos, a protagonista Clara costuma contatar os espíritos, que falam com ela somente em espanhol ou em esperanto. Ela inclusive vem a escrever a embaixadores e ministros de educação sugerindo a inclusão do esperanto nas escolas do mundo inteiro, mas sua ideia não tem o acolhimento devido.

No livro O caderno de Maya, a autora utiliza a palavra esperanto em sentido figurado. Sobre seu cão de estimação ela comenta: Não é carinhoso, entendemo-nos na linguagem da flora e da fauna: esperanto telepático.

Em Longa Pétala do Mar (2019), o enredo se desenvolve entre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e o exílio dos protagonistas no Chile, depois de um tempo tendo vividos na França. No final do conflito, o Generalíssimo Francisco Franco triunfalmente entre em Barcelona com seu exército. Numa determinada passagem, há uma menção ao idioma de Zamenhof:


Primeiro prendiam os combatentes, se os achassem, em qualquer condição que estivessem, e pessoas denunciadas por outros como colaboradoras ou suspeitas de alguma atividade considerada antiespanhola ou anticatólica; isso incluía membros de sindicatos, partidos de esquerda, praticantes de outras religiões, agnósticos, maçons, professores, maestros, cientistas, estudiosos de esperanto, estrangeiros, judeus, ciganos, e assim seguia a lista interminável.


;Referencoj:

ALLENDE, Isabel. Longa Pétala de Mar. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.

https://eo.wikipedia.org/wiki/Isabel_Allende

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