19 outubro 2020

Meus tempos de colégio agrícola

 



Depois de concluir a segunda série do antigo Ginásio, por decisão de meu pai, tive que mudar de escola, com vistas a posteriormente fazer um curso profissionalizante, no caso, o curso de formação em técnico rural, designação na época, hoje chamado de agrotécnico. Assim saí de uma boa escola próxima a minha casa para estudar em Cachoerinha, município que faz divisa com Porto Alegre, num período de minha vida de estudante entre 1968 e 1973, no caso como aluno do Colégio Agrícola Estadual Daniel de Oliveira Paiva, na designação de hoje, com o acréscimo de "estadual". 

Foi uma mudança e tanto. Seguiram-se dois anos para a conclusão do Ginásio e depois mais quatro  em função do curso profissionalizante de nível médio. Na verdade, não tinha nenhuma vocação para a área. Mas enfim, naquela época, não tinha não querer. Fui... Quando comecei a cursar o curso técnico, aos poucos fui me acostumando com a rotina num regime de semi-internato, no meu caso: meu horário de estudos compreendia manhã e tarde, com a necessidade de almoçar na escola. Tinha colegas não só da região de Porto Alegre, como eu, mas também de outras cidades do interior do Estados, estes em regime de internato.

Estudava pela manhã matérias que incluíam aquelas específicas do curso, sendo que a parte da tarde era dedicada a aulas práticas: fazer canteiros, podar árvores frutíferas, aulas de direção de trator, o trato com galinhas e porcos etc. Durante dois anos seguidos, em março, meus colegas e eu passamos pela experiência de cortar arroz na Estação Experimental do Arroz - IRGA, vizinha à escola. 


Não posso dizer que minha vida de estudante secundarista não tenha sido boa, principalmente quando um grupo de que eu fazia parte venceu as eleições para o grêmio estudantil da escola, eu como secretário geral. Era um grêmio muito ativo: campeonatos anuais com várias modalidades esportivas (futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, handebol) e xadrez, no qual sempre fui um dos representantes de minha turma, junto com outro colega, o que resultou em três medalhas de campeão na modalidade. Eu jogava xadrez desde criança. Além disso, havia a promoção de bailes e "reuniões dançantes", por exemplo, sem falar que o grêmio era responsável pelo bar do colégio.

Acabei fazendo vestibular em Letras na UFRGS, fui bem sucedido e dessa forma mais uma etapa veio a iniciar-se em minha como estudante, num outro ambiente completamente diferente. Lembro-me de   que nos primeiros tempos tinha muita saudade de minha escola, principalmente do muito que ela representou em termos de vida social...


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