PERSONALIDADE | A espirituosidade
de Dorothy Parker
Dorothy Parker (1893-1967), escritora, roteirista de cinema e crítica de teatro e literatura, foi um dos nomes de destaque no meio cultural dos EUA na década de 20 do século passado. Segundo Ruy Castro, jornalista e escritor, suas tiradas tornaram-se mais lembradas do que sua própria obra, como afirmou em artigo recente de jornal. Vejamos alguns exemplos: sobre seu ex-marido Eddie Parker, afirmou certa vez: "Era tão burro que conseguiu quebrar o braço fazendo ponta no lápis." Sobre um cara bonitão que a esnobou certa vez: "O corpo lhe subiu à cabeça." A respeito de um livro novo na praça: "Este não é um livro a ser deixado casualmente de lado. É para ser atirado longe." Conta-se que de certa feita uma amiga lhe confidenciou: "Já decidi. Quero envelhecer com dignidade." Dorothy sem titubear disparou: "E você conseguiu?" De sua autoria, um conhecido epitáfio: "Desculpe o meu pó."
Largo Elis Regina, no IAPI
MEMÓRIAS |
A vila do IAPI
O jornalista, escritor e colunista porto-alegrense David Coimbra, falecido recentemente, vítima de câncer, demonstrava em algumas de suas últimas crônicas seu carinho pela Vila do IAPI, lugar em que viveu quando em sua infância e juventude. Em uma delas, referiu-se a essa área urbana planejada, que faz parte do Passo d'Areia, bairro em que resido há quase 17 anos, na zona norte da capital gaúcha. Coimbra definiu-a como "uma ilha cercada de Porto Alegre por todos os lados". O fato é que o local tem valor arquitetônico e histórico, por ser considerado o condomínio mais antigo de continente, segundo a Wikipédia. Inaugurada em 1953, ainda no governo de Getúlio Vargas, teve seu nome ligado ao antigo Instituto de Aposentarias e Pensões dos Industriários, que financiava projetos de habitação popular em várias cidades do país.
É nela em que a porto-alegrense Elis Regina, a grande intérprete da música popular brasileira, viveu até os primeiros anos de sua juventude. Em sua área, o núcleo residencial dispõe de uma enorme área verde: o Parque Alim Pedro, com 45 mil m2, onde há um campo de futebol designado como "Estádio Alim Pedro".
No IAPI, como é chamado, morava um tio-avô meu e sua família, o qual meu núcleo familiar visitava com certa frequência. Uma das lembranças mais marcantes que tenho dele era seu costume de guardar em seu roupeiro e até mesmo embaixo da cama, se não me engano, os exemplares de domingo, pelo menos, que adquiria do antigo Correio do Povo, seu jornal preferido.
IDEIAS | Modernismo:
visões elitistas
No centenário da Semana [de Arte Moderna], a pergunta realmente necessária é: por que motivo os relatos do modernismo brasileiro continuam a girar quase exclusivamente em torno de expressões eruditas, como literatura, pintura de cavalete, música sinfônica, e a ignorar o Carnaval e o samba, o cinema e a fotografia, as revistas ilustradas e as artes gráficas? Por que privilegiar as discussões entre alguns poucos intelectuais e fazer ouvidos moucos para a vida intelectual da maioria?
> Rafael Cardoso, doutor em história da arte, em seu artigo Hora de passar a palavra, publicada em Folha de S. Paulo de 05/jun/22
IDEIAS | Em defesa
dos povos indígenas
Quando as pessoas desmatam, grilam as terras, não é para melhorar a economia do país. Não é para acabar com a fome do país. Nada disso fica no país. A produção de soja e do gado é para exportação e esse dinheiro vai para o bolso de poucas pessoas.
> Samela Sateré Mawé, ativista ambiental, em entrevista à Folha de S. Paulo de 05/jun/22
Imagens | Dorothy Parker: Bain News Service, publisher, Public domain, através da wiki Wikimedia Commons
Vila do IAPI: Obirici, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, através da wiki Wikimedia Commons
Mais |
CEM IDEIAS | Lisístrata: greve de sexo/ O brasileiro volta-se para a Esquerda/ Lições de Porto-Alegrês/ Varíola de macacos
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