Geminianos se acham
muito sabichões. Aquarianos se acham muito avançadinhos. Leoninos, mais modestos, apenas se acham.
Notícias falsas agora virou liberdade de expressão para uma massa de desmiolados que não respeita sequer os exaustivos esforços no combate à pandemia. Mas enfim, sou um otimista. Mais uns dois ou três séculos, os últimos 7 mil anos entrarão para a História simplesmente como a Era das Trevas. Outros tempos virão, bem mais iluminados.
Eu tinha 15 anos e uma das minha leituras prediletas já era o semanário carioca O Pasquim, lançado em junho de 1969, tendo à frente nomes como Jaguar (cartunista), Tarso de Castro (jornalista), Sérgio Cabral (jornalista e escritor) e Ziraldo (cartunista) e com colaboradores ilustres como p.ex. o imortal Millôr Fernandes. Inicialmente como porta-voz da contracultura dos anos 60, depois acabou virando um jornal de oposição ao regime militar, que até hoje, diga-se de passagem, ainda é festejado por gente mais desmiolada ainda. Mas enfim, assim se arrasta a humanidade.
Não tenho condições de avaliar com exatidão a dimensão da influência do Pasquim sobre minha formação em termos de consciência política da realidade, mas seguramente foi expressiva. O Pasquim renovou em termos de linguagem jornalística e certamente, de uma forma ou de outra, assimilei alguma coisa de seu estilo despojado, que preservo até hoje. Também criou novas expressões, que caíram no gosto popular: dica, putz!, sifu...
Durante quatro anos adquiri a edição da semana religiosamente, chegando muitas vezes a pegar um ônibus e ir ao centro da cidade especialmente para comprar meu exemplar. Uma das grandes entrevistas do Pasca foi com a atriz Leila Diniz (1945-1972), que escandalizou a sociedade carioca da época ao ir à praia de biquíni, em avançado estado de gravidez!...
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Edições digitalizadas d'O Pasquim encontram-se em https://bndigital.bn.gov.br/dossies/o-pasquim/
https://cesardorneles4.blogspot.com/2021/08/minhas-ideias-regadas-vinho-08-o-brasil.html
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