19 julho 2021

VARIG | Fundada por um jovem alemão em Porto Alegre/ Ascenção e queda de uma grande companhia aérea

 


Foto | Hangar da Varig no bairro São João, que deu origem ao Aeroporto Internacional Salgado Filho 

Coube a um jovem alemão, Otto Ernst Meyer (1897-1966), nascido em Hanôver e falecido em Porto Alegre, oficial da Força Aérea Alemã e empresário teuto-brasileiro, a primazia de ter sido o fundador e primeiro presidente da VARIG-Viação Aérea do Rio Grande, em 1927, a primeira empresa aérea do Brasil. Em 1921 veio para o Brasil, onde atual profissionalmente em Recife e no Rio de Janeiro (1922). Em 1923 transferiu-se para Porto Alegre, na qual teve a ideia de criar uma companhia aérea, que deu o nome de Viação Aérea Rio-Grandense, inicialmente em parceria com a Condor Syndicat (atual Lufthansa), empresa aérea alemã que detinha 21% das ações da Varig, que no início contava apenas com um hidroavião, emprestado pela Condor e que foi rebatizado como Atlântico, para operações na chamada Linha da Lagoa [dos Patos], que ligava Porto Alegre a Rio Grande, com escala em Pelotas, ambas no sul do Estado.

Em Porto Alegre, contou com a parceria de 550 acionistas, empresários gaúchos motivados pelo novo empreendimento. A Condor resolveu fundar uma nova companhia aérea no Rio de Janeiro e exigiu a retomada do Atlântico. Otto foi à luta. Aliou-se aos militares que viriam a envolver-se na Revolução de 30, ganhou um terreno para instalação de um hangar (origem do Aeroporto Internacional Salgado Filho) e pôde adquirir o primeiro avião próprio da nova empresa, um Junkers F13.

Ascenção e queda

Em 1942 a VARIG foi a pioneira matéria de rotas internacionais, inaugurando a linha Porto Alegre-Montevidéu. Com o fim da Segunda Guerra, foi favorecida com a compra de aviões a preços muito baixos, expandindo suas operações até mesmo para a Região Nordeste. Nos anos 50, inaugurou uma rota Porto Alegre-Nova York, com escalas em São Paulo, Rio e outras cidades. Em 1965, com a dissolução da Panair do Brasil, aeronaves e rotas foram incorporadas à Varig. Nos anos 70, equiparou-se a outras empresas de porte internacional, como a Lufthansa, Air France e KLM. O serviço de bordo servia caviar na primeira classe até mesmo, conforme o voo, um churrasquinho no jantar. Em 1975, adquiriu a Cruzeiro do Sul, cuja marca foi mantida por um certo tempo.

Dentre os acontecimentos que provocaram a crise e o fim melancólico da empresa, podem-se enumerar os seguintes, de maneira resumida:

*** As crises econômicas brasileiras, como o fenômeno da hiperinflação, a desvalorização das moedas e o congelamento das tarifas.

*** A perda de sua hegemonia na operação de linhas internacionais provocadas pelo governo Collor.

*** Abertura do mercado interno para as empresas aéreas norte-americanas.

*** A desvalorização do real em 1999, com dívidas e custos em dólar.

*** Os atentados de 11 de setembro provocando uma crise mundial da aviação.

*** Má gestão, classificada por alguns como soberba.

Assim, há quinze anos atrás, em julho de 2016, a Varig foi vendida em leilão. Cinco dias depois, 5.000 funcionários perderam seus empregos. Terminava a grande companhia aérea que por muito tempo detinha 100% do mercado internacional e 55% do mercado nacional.


Fontes |

Zero Hora, de Porto Alegre

https://pt.wikipedia.org/wiki/Varig

https://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_Ernst_Meyer


Um comentário:

  1. Era a maneira mais chic de se estar no ar, com melhores cardápios, não conseguiu ir além. Lembro da propaganda , Voe Varig, vaig , Varig.

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