14 junho 2021

Brasil: um país de costas para seus vizinhos

 

Se por um lado o presidente Alberto Fernández foi bastante infeliz com sua declaração de que os mexicanos vieram dos índios; os brasileiros, da selva e os argentinos, de barco - evidenciando, sem querer querendo, ser um digno representante do preconceito racial tipicamente argentino com relação aos brasileiros, chamados de macaquitos, pelo menos no que se refere aos nossos jogadores de futebol, por outro lado, pode-se constatar, historicamente falando, o fato de que as elites brasileiras sempre cultivaram uma postura de desdém em relação aos países vizinhos. 

Quem recentemente apontou para isso foi Sylva Colombo, autora de "O Ano da Cólera" - Protestos, Tensão e Pandemia em 5 países da América Latina" (Ed. Rocco, 254 p.), em entrevista recente ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Segundo ela, desde o século 19, certos representantes da elite intelectual brasileira, desde que o Brasil viu-se sede do Império português, com a vinda da Família Real vinda para cara, fugindo de Napoleão, passaram a considerar o Brasil como "um país europeu descolocado". Os países vizinhos, que tiveram que lutar pela independência, eram simplesmente vistos como baderneiros...

Assim, é preciso que se retorne no futuro a uma aproximação e integração de ordem política, econômica e cultural (no qual todos envolvidos têm a lucrar) levada ao cabo na primeira década do séc. 21, atropelada agora pelos desatinos de cunho político vigentes, pondo-se fim a essa mentalidade tacanha e obsoleta. 

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