Esta civilização baseada economicamente no lucro acima de tudo, desconsiderando muitas vezes um pingo sequer de humanidade, ética e respeito ao semelhante, ameaça a própria vida das pessoas, como ocorre atualmente na Amazônia brasileira, em que povos indígenas, como se não bastassem outros sérios problemas, vivem a ameaça do uso indevido do mercúrio, usado no garimpo de minérios, e que vem causando mortes e danos altamente prejudiciais à saúde de adultos e crianças, como distúrbios neurológicos e motores, função da contaminação de rios e de peixes, alimento substancial nas aldeias indígenas.
Apenas a título de exemplo pontual, pode-se citar pesquisa realizada pela Fiocruz em 2019 em três aldeias dos índios mundurukus, situadas na bacia do Tapajós, encontrou vestígios de contaminação inclusive em crianças. "Os maiores índices foram encontrados na aldeia Sawré Aboy, onde 87,5% das pessoas estavam contaminadas. "A avaliação neurológica revelou diversas alterações na população pesquisada, sendo uma das mais graves a polineuropatia periférica", afirma matéria recente da revista Piauí, da qual retirei os dados a respeito. O quadro é simplesmente aterrador: crianças que nascem aleijadas, que muitas vezes não falam nem conseguem ter forças para pegar algo com as mãos.
Infelizmente vive-se hoje num país atolado numa crise moral sem precedentes, em que a vida das pessoas em geral vale muito pouco, tudo em função do egoísmo desenfreado, em última análise.
Fonte |
Reportagem Mal invisível, de Aparecida Vilaça,
na revista Piauí de maio de 2021.
Uma lástima!
ResponderExcluirUm horror!
ExcluirA sociedade brasileira não pode mais aceitar conviver com uma prática tão nefasta ao meio ambiente e a todos brasileiros.
ResponderExcluirConcordo plenamente.
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