A solidariedade está acima da caridade. Vejo tantos líderes e palestrantes espiritualistas destacarem a segunda, como se ela por si só fosse resolver todos os sérios problemas de desigualdade social na comunidade humana. Obviamente não se trata aqui de menosprezar todo e qualquer esforço de grupos que trabalham para atenuar as necessidades materiais urgentes das pessoas desvalidas. Eu mesmo colaboro com o que posso para uma organização internacional de socorro aos menos assistidos no campo da saúde.
Mas o fato é que somente através da criação de uma sociedade mais justa e solidária entre homens e povos é que resolveremos o problema. A caridade material é apenas um paliativo, por maiores que sejam seus méritos. Sim, há implicações de ordem política. E daí? É preciso resgatar o sentido maior da palavra, muito além daquilo que os homens fizeram dela. Assim, diria eu, é preciso seguir o exemplo maior do Papa Francisco em apontar claramente, sem rodeios, as questões que envolvem a manutenção dos status quo que impedem a criação de um mundo em que a mera caridade não seja mais necessária.
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