Antonieta de Barros (1901-1952), nascida em Florianópolis, filha de uma ex-escrava, foi jornalista e professora, além de ter sido no Brasil a primeira mulher negra a assumir o cargo de deputada estadual, no caso pelo antigo Partido Liberal Catarinense (1935). Seu mandato foi interrompido pelo Estado Novo, mas voltou a eleger-se para um novo mandato em 1947, com a volta da Democracia, por um outro partido. No parlamento, ocupava-se principalmente com questões ligadas à Educação, defendendo a ideia de criação de bolsas de estudos em nível universitário para alunos carentes e criação de concursos para professores.
Após a conclusão de seu curso normal, criou em sua própria casa um curso de alfabetização para pessoas carentes, atividade que exerceu até morrer. Depois exerceu atividades docentes em instituições educacionais diversas, tendo sido exonerada do cargo de diretora de escola em 1951 por motivos políticos. Pretendia cursa Direito, o que não foi possível, pois o curso era vetado para as mulheres.
Ainda muito jovem, na década de 20, fundou um jornal, A semana. Posteriormente dirigiu uma revista chamada Vida Ilhoa e escrevia artigos para jornais locais. Em 1937 escreveu o livro Farrapo de Ideias, obra que abriu seus caminhos para a atividade política. Em seus textos, defendia suas ideias revolucionárias para a época, como propor a renovação do pensamento político, lutar pela emancipação feminina e combater o racismo, ela mesma vítima deste último: em 1951 um determinado historiador referiu-se aos seus posicionamentos de ordem política e educacional como "intriga barata de senzala".
Em Santa Catarina, a lei estadual de nº 145, de 12/out/1948 é de autoria dela e institui no estado o Dia do Professor, a qual quinze anos depois, no governo de João Goulart, torna-se data comemorativa em todo o País. 15 de outubro foi escolhido em função do fato de que nesse dia foi instituído o Ensino Elementar no Brasil, em 1827, por intermédio de Dom Pedro 1º.
Um fragmento de texto de sua autoria:
A alma feminina se tem deixado estagnar, por milhares de anos, numa inércia criminosa. Enclausurada por preconceitos odiosos, destinada a uma ignorância ímpar, resignando-se santamente, candidamente, ao deus Destino e a sua congênere Fatalidade, a mulher tem sido, de verdade, a mais sacrificada metade do gênero humano. Tutelada tradicional, irresponsável pelos seus atos, boneca-bibelot de todos os tempos.
Fontes |
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonieta_de_Barros
Grata. Por causa de pessoas como Ela, temos a Nossa voz ouvida.
ResponderExcluirValora homônimo!
ResponderExcluirHomo
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