18 março 2021

A Antiguidade desconhecia a cor azul

 



Foi o britânico William Ewart Gladstone (1809-1898), intelectual e primeiro-ministro inglês em vários mandatos, admirador das obras de Homero, quem primeiro notou que o poeta grego, apesar de suas múltiplas descrições, em nenhum momento referia-se às tonalidades da cor azul, presentes na Natureza. Em suas pesquisas relativas à menção de cores tanto n'A Odisseia quanto n'A Ilíada, constatou que enquanto o branco era mencionado cem vezes e o preto, quase duzentas, vermelho, verde e amarelo eram bem menos. Nenhuma referência ao azul, inclusive em outros textos da época, de outros autores. 

O linguista alemão Lazarus Geiger acabou constatando que o fenômeno se dava da mesma forma em outras culturas, como a árabe (Alcorão), chinesa, hebraica (em partes da Bíblia), islandesa e hindu (Vedas).

Jules Davidoff, psicólogo (Londres), questionou a curiosidade a respeito da cor azul para o céu e o mar, já que as colorações são mutantes em ambos os casos. Em um experimento seu junto a uma tribo da Namíbia, observou que ela não tem nenhuma palavra para designar o azul. Em compensação, usam vários termos para designar tipos diferentes de verde.

Deutscher, outro pesquisador intrigado com a questão, fez um experimento com a própria filha, ainda criança pequena: Ensinou-a sobre o nome das cores dos objetos, incluindo o azul. "Quando tive certeza de que sabia usar a palavra azul para os objetos, saí com ela em dias de céu azul e perguntava qual era sua cor". Não soube responder. Entendeu que não havia uma necessidade premente para ela em atribuir uma cor ao céu. Ele não é um objeto... Os povos antigos pensavam da mesma forma.


Referência:

Por que civilizações antigas não conheciam o azul? Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160221_civilizacoes_antigas_cor_azul_rb?. Acesso em: 18 mar. 2021


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