10 janeiro 2021

De meu diário íntimo... (1)

 





Meu pai, Edmar, foi uma pessoa que gostava muito de ler e escrever e chegou a ser até mesmo palestrante no meio espiritualista, com um bom domínio da palavra (era geminiano...). Guardo a título de recordação os diários que escreveu, nos quais registrava basicamente eventos relacionados com seu núcleo familiar bem como reflexões suas.

No exato dia em que completei um ano e meio de idade (22 de fevereiro de 1955), ele começou a escrever seu Diário do menino César Dorneles Soares (foto), iniciado como anotações sobre o desenvolvimento do bebê, o primogênito do casal, diga-se de passagem. Coisas do tipo 9/1/55 - Foi arranhado pelo gato e moveu-se na cama pela primeira vez. 7/2/55 - Saiu o primeiro dentinho.

22 de agosto de 1955 - Segunda-feira. César completa um ano de idade. Tem dormido bem durante a noite. Sua alimentação é leite de vaca. Ainda não para em pé, só. Já aprendeu dormir por conta própria. Ele mesmo canta e se nâna até vir o sono. (...) Eu mesmo me nanava, como bom leonino :-). Seguiram-se outras tantas anotações.

Em 22 de agosto de 1956, dia de meu segundo aniversário, meu pai escreveu o seguinte: (...) Principia a querer falar. Diz: mamãe, Zélia (minha mãe), tio, embora, saí, leite, chichi, lá, chichi, pai, mãe, jôgo, bala, vovó, miau. (...) Ainda gosta de brincar com latas e panelas.

Meses depois ele anotaria que minha frase mais completa era Qué mamá mãe

Em 1957, com o nascimento de meu irmão Édson, os registros o inclui, como não poderia deixar de ser.

Com 8 anos e dois meses, passei a eu mesmo ocupar-me com registros no diário. Cursava o 1º ano do antigo Primário, já devidamente alfabetizado. Como sou de agosto, entrei para a escola com 7 anos e meio, já com alguma noção em termos de letras e números. 

Continua...

3 comentários:

  1. É uma pena que se perdeu o hábito! Eu tive diário ou cadernos de apontamentos, dos 10 até mais ou menos os 30 anos, mas não eram sobre a rotina e sim, sobre os pensamentos e lembranças, que só aconteciam quando eu escrevia. Depois não escrevi mais!

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  2. Também tive um caderno ( O Meu Caderno) onde anotava meus pensamentos. Mais tarde, tive um diário, chamado de Godofredo,Godô, para abreviar. De vez em quando, lia para a família algumas de suas páginas, já que era referente à ela também. Foi um bom companheiro!

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  3. Que legal "ele mesmo se nana e canta até vir o sono" como um bom leonino...

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