25 janeiro 2021

Atena, minha deusa preferida

 



Atena, filha de Zeus e Métis, era deusa da Sabedoria, da Civilização, das Artes, da Justiça y otras cositas más, o que a torna minha deusa preferida. Era também deusa protetora da cidade de Atenas. Sua mamãe teria sido a primeira esposa do Pai dos Deuses, ou amante, segundo as más línguas. Quando estava grávida de Ateninha, botaram na cabeça de Zeus de que ela daria à luz uma menina e mais adiante um menino, que o destronaria! Zeus, um tanto desnorteado, simplesmente a engoliu mesmo grávida. Quando a gestação estava por findar, Hefestos (Vulcano), sob as ordens do Todo Poderoso, alcunha dada a Zeus, abriu a cabeça da mãe e dela surgiu Atena, devidamente armada para as estripulias guerreiras.

A contrário de seu irmão Ares (Marte), filho de Zeus e Hera, sua esposa legítima, a qual, diga-se de passagem, perseguiu as amantes do marido e os bastardinhos que nasciam desses relacionamentos, Atena era mais chegada na arte bélica em si, em suas táticas e estratégias e não propriamente nos embates sanguinolentos. Entre seus protegidos, estavam Ulisses, Aquiles e Hércules. Inventiva por natureza, dela surgiu a ideia de construírem-se quadrigas e os carros de guerra, sem falar nos instrumentos agrícolas.

Atena introduziu a oliveira na Ática, região em que se situava Atenas, e ensinou os pobres mortais a produzirem o azeite de oliva. Como podem ver, a arte culinária deve muito a Atena. Como se não bastassem seus predicados mencionados, ainda era deusa da Razão e estimulava as artes e a literatura. Numa época em que não havia ministérios da cultura, como ocorre hoje no Brasil, o apoio de uma deusa como Atena era extremamente útil.

Conta-se que havia na cidade grega de Cólofon, na Lídia (Turquia), uma guria muito prendada, mas muito convencida, chamada Aracne. Pois não é que ela se vangloriava de ser uma bordadeira melhor do que Atena?! Deu pra ela! Atena a desafiou para uma disputa. Aracne elaborou uma tapeçaria que tematizava os amores dos deuses. Atena optou por retratar os grandes feitos dos heróis olímpicos e dos heróis. Segunda uma versão, a deusa, incomodada com Aracne, transformou-a numa aranha tendo como penalidade fiar e tecer eternamente. Daí a palavra aracnídeos, em homenagem à pobre moça. Bem, pior destino teve Josef K., personagem do Kafka que se transformou numa barata, o que convenhamos, é muito mais feia.


Um fato deveras lamentável ocorreu com a querida deusa. Hefestos, deus do fogo, seu meio-irmão por parte de pai, tentou seduzi-la, desrespeitando a castidade que ela tanto prezava. O imbecil tentou violentá-la e seu sêmen acabou sendo ejaculado na coxa da deusa. Atena, enojada, limpou-se com uma lã e a jogou sobre a terra. Daí nasceu Erictônio, o primeiro rei de Atenas. Uma amenidade para encerrar: a coruja era seu animal preferido. Daí...

Referência:
Dicionário de Mitologia Greco-Romana. São Paulo: Abril Cultural, 1976. 

Mais sobre Atena em https://noitesgregas.com.br/, série de podcasts do Prof. Cláudio Moreno sobre a Mitologia Grega

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