Assisti ontem pelo Now ao filme Aos olhos de Ernesto, depois de ter lido a crônica dominical de Cláudia Tajes em sua coluna no jornal Zero Hora e que falava justamente sobre essa produção da Casa de Cinema de Porto Alegre, a mesma de O homem que copiava (2003), Saneamento básico, o filme (2007) e outros tantos. Com melancolia e lirismo, sem deixar de contar com pitadas de humor, conhecemos a história de Ernesto, um imigrante uruguaio de 78 anos, ex-fotógrafo, que vive solitariamente em seu apartamento, quase cego e que conhece uma jovem cuidadora de cães que terá grande influência para que ele possa dar um novo significado à sua vida, mesmo diante das limitações da velhice, e que incluirá a retomada de uma relação amorosa do passado já distante. Pronto, contei o final!...
Ana Luiza Azevedo, cineasta responsável pela obra, juntou a temática da velhice com a situação de imigrante, longe de sua terra. "O psicanalista Contardo Calligaris, italiano, disse que, uma vez estrangeiro, sempre estrangeiro. Mesmo que tu adotes um outro país, ele não é o teu. E, se tu voltas para o teu país, também não pertences mais àquele lugar. Então esse é um sentimento que eu quis trabalhar no meu personagem (...)." - disse ela e citada na crônica de Cláudia Tajes.
Aos olhos de Ernesto, rodado em 2018, foi premiado em Punta del Este, venceu o Prêmio da Crítica na categoria Melhor Filme Brasileiro na 43ª Mostra Internacional de São Paulo e está em exibição no Japão. A pandemia impediu o lançamento do filme nas salas de cinema, mas pode ser visto no streaming através do Now, Vivo Play e Oi Play.
Referência:
TAJES, Cláudia. Aos olhos de Ana. Zero Hora, Porto Alegre, 26-27 set. 2020, Donna, p. 11.
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