O talian, também conhecido como vêneto brasileiro, é um dialeto que desenvolveu-se na Região Sul do Brasil, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com falantes em menor número no Espírito Santo, Minas e Paraná. No Rio Grande do Sul, a primeira leva de imigrantes italianos chegam a partir de 1875, principalmente oriundos do Vêneto e da Lombardia. Nos primeiros 50 anos, os imigrantes viviam num alto grau de isolamento em relação aos brasileiros, em termos físicos e sociais. Além disso, o contato entre as pessoas que falavam majoritariamente o dialeto vêneto com aquelas que falavam dialetos lombardos, trentinos e friulanos favoreceu a criação de uma fala comum, o talian, que depois veio a sofrer até mesmo influência do português, em função de uma maior intercâmbio posterior com os brasileiros e dos próprios meios de comunicação em língua portuguesa.
Atualmente o dialeto perdeu a força que tinha no passado, mas há tentativas de revalorizá-lo como patrimônio cultural. Em 2009 foi incluído no rol do Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2014 foi reconhecido pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como Patrimônio Histórico Nacional. Nos municípios gaúchos de Bento Gonçalves e Serafina Corrêa foi oficializado no serviço público.
Exemplos de palavras do português
incorporadas ao talian,
com uma ou outra modificação fonética:
bolo = torta (dialeto vêneto)
coraçon = cor, core (vêneto)
galignero = punaro/punèr (vêneto)
garafa = butigla (vêneto)
praia = spiaia (vêneto)
sapatero = caleguèr (vêneto)
s(c)imarón = chimarrão (PT)
sorasco, chorasco = churrasco (PT)
Referência:
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