"invadia fazendas e charqueadas da região a fim de libertar os negros em condição de trabalho compulsório. E, aos moldes de Zumbi dos Palmares, fundou por entre riachos e matagais da Serra dos Tapes, nas cercanias de Pelotas, uma séria de quilombos dispostos a acolher aqueles que, tal qual ele próprio, rebelavam-se contra o sistema vigente à época".
Pelotas no séc. 19 construiu sua pujança econômica como centro de produção de charque destinado à alimentação de escravizados de todo o país, além de outros destinos. De acordo com Luís Carlos Mattozo, pesquisador e coordenador do Museu do Percurso Negro, na cidade, ela era chamada em outras regiões de "o inferno da escravidão". Muitos negros escravizados do norte do País, quando se rebelavam e eram capturados, recebiam como punição serem vendidos para os donos de charqueadas no extremo sul do País, onde enfrentavam um trabalho extremamente duro e um tratamento em que a violência era a tônica, tudo isso evidenciado na leitura de processos criminais da época.
O levante causou apreensão aos escravistas, até porque naqueles tempos a população negra na cidade era maior do que a branca. Em 16 de junho de 1835, porém, as forças de repressão desmantelou seu grupo de combatentes e não se sabe ao certo o destino reservado a Manoel Padeiro. Conjectura-se que tenha fugido para a Serra dos Tapes, na região meridional do Estado, ter se juntado ao grupo dos Lanceiros Negros (de participação inglória na Revolução Farroupilha) ou simplesmente ter morrido na ocasião.
fonte Zumbi do Sul, reportagem de Camila Bengo publicada em Zero Hora de 22-23/jun/23
Quem foi Manoel Padeiro, o "Zumbi dos Pampas", que pode ser reconhecido como o primeiro herói negro do Rio Grande do Sul (Texto e vídeo), artigo de Luiz Müller publicado em seu blogue https://luizmuller.com/.
Muito bom👏👏
ResponderExcluirExcelente.
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