O homem é do tamanho de seu sonho.
Fernando Pessoa
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Porto Alegre, 1º de maio de 2023
educação | O jovem
e as leituras de escola
"Como impedir que a magia da leitura não seja descoberta por tantos jovens apressados? Talvez a primeira medida seja de inverter o processo, indicar-lhes primeiramente os autores contemporâneos, a linguagem e os problemas atuais, para só depois ir aos clássicos", afirmou o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva em sua crônica Origens: a biblioteca e as cerejeiras, publicada recentemente na revista digital Matinas Jornalismo. Aliás, não é de hoje que se bate nessa tecla. Como incentivar a leitura em adolescentes quando as tais leituras obrigatórias de clássicos, baseada na velha e antiquada concepção de que é preciso lê-los para "aprender a escrever", pouco dizem respeito à realidade vivida por meninos e meninas?
Por acaso a boa ficção que envolve temáticas contemporâneas, com as quais o adolescente possa se identificar, de uma forma ou de outra, respeitando-se sua faixa etária, não podem cumprir o papel de familiarizar o aluno com sua língua materna na sua variante culta, se este é um dos objetivos? Aliás a função maior é a de promover o hábito de leitura. O resto é consequência. Vale lembrar que o elogiável trabalho que as professoras dos anos iniciais promovem de estímulo à leitura é muitas vezes prejudicado por aquilo que o aluno se depara tempos depois.
política | É de horror que se trata
Horror é a melhor palavra para nomear o que se viveu no Brasil em anos recentes. A palavra "crise" é branda e corriqueira demais: países, economias, empresas e indivíduos entram em crises periódicas, algumas banais, outras mais graves. A soma de um vírus fatal, a aflição socioeconômica e a presença de um governo pautado pela morte, pela crueldade, pelo negacionismo e pela estupidez como método nos colocou nas fronteiras do indizível sofrimento, em um capítulo pelo que fez coro aos piores momentos de nossa história nacional, como os séculos de escravidão, o genocídio indígena e a ditadura militar. É de horror que se trata.
> José Henrique Bortoloci, professor de sociologia na Fundação Getúlio Vargas, em seu artigo É preciso narrar o horror, publicada na Folha de S. Paulo de 23/abr/23
Vejamos algumas frases de Paulo Freire, um dos maiores pensadores que este país já teve:
Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor. >>> Se a educação em si não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. >>> O educador se eterniza em cada ser que educa. >>> A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa. >>> Se a estrutura não permite um diálogo, a estrutura deve ser mudada.
fonte 115 reflexões de Paulo Freire essenciais para entender o nosso tempo, matéria do jornal literário digital Nota - sobre literatura, artes e cultura publicada em 12/set/17
Irmão - Do latim frater. Daí fraterno em PT. Frater germano. Germanu significava legítimo, da mesma raça. Depois passou a ser sinônimo de frater. Germano acabou originando o espanhol hermano e irmão. A designação carinhosa de mano provém de hermano.
Maisena - Maís em PT, tipo de milho graúdo, originou-se do espanhol maiz. Assim, maisena, farinha feita de polvilho de milho, é com "s". Maizena, marca comercial, com "z", tem a ver com a língua de Messi.
Morcego - A palavra que dá nome a esse bichinho encantador veio da junção de mur (PT arcaico com o significado de rato, proveniente do latim mure) + cego. Rato cego. Em francês é chauve-souri, que significa rato careca.
fonte A Cada da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta (Campus)
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