Andanças
literárias
Até ontem, encontrava-me em Beira, interior de Moçambique, em meio às páginas de O Mapeador de Ausências, o novo romance de Mia Couto, editado no Brasil pela Companhia das Letras, cujas 279 páginas acabei terminando de ler na parte da noite, depois de mais uma chuva preocupante em Porto Alegre, com direito a muita trovoada e vento forte. Desta vez não faltou luz, como na chuvarada de final de tarde no dia anterior. Mas enfim, foi meu primeiro contato com a literatura moçambicana e Mia Couto merece o prestígio que alcançou como escritor. Como diz a contracapa, "neste romance de grande fôlego, Mia Couto se inspira na figura de seu pai e nas memórias da própria juventude para criar uma história que se descoloca entre a Moçambique pré-independência e os dias atuais". O tipo de obra literária que nos distrai como boa leitura, nos fornece novos conhecimentos e nos estimula a reflexões. Fica a sugestão.
Alguns fragmentos do livro:
"Li em algum lado que a eficiência da mentira diz mais da ingenuidade do enganado do que da arte do mentiroso." (Em carta da avó do protagonista a ele, quando jovem.)
"Bom, era assim antigamente. Agora já nem sei, o mundo anda todo ao descontrário." (Personagem Arlito, pescador)
"- Você gosta de mim, Capitine? - perguntou a mulher.
- Agora estou a comer, resmungou Capitine.
- Mas gosta? - insistiu ela.
- O que se passa agora? Eu já te disse quando a conheci. Ou ganhaste a mania dos casais dos brancos que passam a vida a perguntar se gostam um do outro?"
"O meu irmão mais velho era conhecido na vizinhança como o "sísmico". - O miúdo sofre é de epilepsia - corrigiu o homem da farmácia. Epilepsia? O farmacêutico que escolhesse outra enfermidade." (Carta do personagem Óscar Campos, inspetor, para um de seus superiores)
Minhas ideias
regadas a vinho
Nunca tive um temperamento rebelde. Pensando bem, um pouco de rebeldia não faz mal a ninguém. Ah, já sei! Vou passar a usar acento em pára novamente.
Cada vez que pára a chuva e abro as janelas de novo, volta a chover. Aí tem coisa!
Certos consertos que se fazem em casa custam o valor de um bilhete de concerto.
Gaia recorre aos 4 elementos - terra, ar, água e fogo - para reagir contra o desrespeito humano contra ela durante séculos. Aliás, vivem-se hoje os últimos tempos de uma economia baseada no consumismo. Dias virão, não muito longe de nós, em que poupar estará entre as maiores preocupações do homem.
Por falar em: água tratada para lavar carros e calçadas? Pois sim! A tecnologia está aí para passarmos a utilizar a água da chuva em uma série de situações diferentes.
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MINHAS IDEIAS regadas a vinho (24) | Planeta primitivo/ O Coirmão na estrada/ "Heróis da Pátria"/ Gaia reagirá
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