07 julho 2020

Machado em inglês: desafios de uma tradutora


Na revista Piauí de junho, um artigo de Flora Thompson-Deveaux conta de suas peripécias, digamos assim, para verter Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para o inglês, que virou um livro lançado pela Penguin em junho. Já houve outras traduções do referido romance para a língua de Shakespeare, sendo que a primeira foi feita pelo norte-americano William Grossman em 1952.

Flora conta que levou quase cinco anos na tarefa de pesquisar sobre o livro, traduzi-lo e trabalhar na revisão de seu trabalho. Traduzir é um processo ao menos curioso e pode ser interessante saber o que se passou ao longo de alguns anos na cabeça de uma tradutora do Bruxo do Cosme Velho, afirma ela na introdução de seu texto.

Quando fez uma releitura mais atenta do texto de Machado, começou a perceber o que ela chamou de elegância ardilosa do autor, que começou a intimidá-la, o que fez com que ela começasse a questionar seu trabalho de tradução. Deixou de lado de cotejá-la com outras já existentes. Isso poderia aumentar suas dúvidas. Recorreu a dicionários bilíngues inclusive do século 19. A título de exemplo da dificuldades que encontrou, deparou-se com o uso do advérbio nimiamente, empregado por Machado, que ela desconhecia o sentido. Se fosse termo usual no século 19, bastaria usar um termo equivalente em inglês usado na época. Até aí tudo bem. Mas e se fosse raro, como acabou descobrindo que sim? Teria que buscar um equivalente igualmente raro no inglês  de então... Assim sendo, acabou escolhendo a expressão tediously lengthy depois de consultas feitas.

Um comentário:

  1. Plej grave: Machado estas nun, iom post iom, rekonata kiel giganto en la monda literaturo.

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