Maria Firmina dos Reis, proveniente de uma família pobre de cor negra, nasceu em 1822 em São Luiz do Maranhão, e morreu em 1917 pobre e cega. Mas entrou para a história da literatura brasileira como a primeira escritora negra do país e a primeira romancista.
Sem falar no fato, que ela escreveu o primeiro romance abolicionista: Úrsula (1859), que recentemente ganhou quatro novas edições e foi inclusive leitura obrigatória no vestibular da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Maria Firmina, ainda estudante, foi a primeira mulher aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora em uma escola primária. Posteriormente ela chegou a escandalizar a sociedade em que vivia criando a primeira escola mista, para meninos e meninas. Infelizmente a inciativa durou apenas três anos.
Úrsula conta a história de um relacionamento amoroso impossível e ao mesmo tempo trágico entre dois jovens de cor branca, em que não falta uma forte crítica ao sistema escravocrata, sexismo, misoginia e racismo, como observa Jarid Arraes em resenha sobre a obra publicada na revista Quatro, Cinco, Um.
Para finalizar, registre-se que ela durante sua vida adotou onze crianças, entre filhos de pessoas escravizadas. Em sua carreira literária, escreveu ainda outros romances.
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