JUCA CHAVES, o menestrel satírico | PARIS e a horda de turistas | A EXALTAÇÃO do empreendedorismo | "POR QUE a lua tá assim?"

 

Paris, Arco do Triunfo (detalhe)

Quando a estupidez é considerada patriotismo,

é perigoso ser inteligente.

Isaac Asimov

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Juca Chaves, o menestrel satírico |

O carioca Juca Chaves (1938-2023), compositor, músico e humorista, segundo suas própria palavras, caiu no gosto popular por suas modinhas em que a sátira se fazia presente como instrumento de crítica social e política. Nem Juscelino Kubitschek escapou de sua verve satírica, através de sua música O Presidente Bossa-Nova, com direito a trechos censurados. O jornalista Sérgio Martins, em sua matéria O Menestrel Satírico (CartaCapital de 05/abr/23) conta que "durante a ditadura, Juca Chaves estava em um programa de tevê quando o apresentador perguntou o que achava do regime militar", ao que o artista respondeu: "Eu não acho nada. Um amigo meu foi achar e nunca mais acharam ele."

Imagem | Sérgio (Savaman) Savarese, CC BY-SA 2.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0>, através da wiki Wikimedia Commons

Paris e a horda de turistas |

Do velho nome de Lutécia para o atual, a cidade é uma marca bem trabalhada, um símbolo produzido para ser associado ao amor, à sofisticação e à gastronomia do bon vivant. O preço da fama? Paris convive com um problema de toda cidade icônica: a horda de turistas. Nós trazemos dinheiro e problemas. Somos chatos, sempre perdidos, atrapalhando o fluxo com fotos intermináveis. Somos a base da hotelaria gaulesa, maioria nas filas, e, pior de tudo, estimuladores dos preços altos.

> Leandro Karnal, em Diálogo de Culturas (Contexto)

A exaltação do "empreendedorismo" |

Na minha infância, meu pai se viu sem emprego e fazia sanduíches, colocava num isopor e saía oferecendo pelas ruas. Em nenhum momento, ele se dizia empreendedor e que aquele era o início de um sonho. Era desespero para pôr comida em casa. Parem de romantizar o desespero.

> Josué Mattos, diretor geral do Centro Cultural Veras

Do fazer literário |

Por que a lua tá assim?

"Tio, por que a lua tá assim?" "Assim como?" "Tão pequena, torcida." "Porque sim. A lua fica grande ou pequena porque quer, quem resolve é a vontade dela. Às vezes se esconde por uns dias, também porque esta é a vontade dela. "A lua é de água, não é?" "Não, dizem que é de pedra. Fica quietinho." "Se é de pedra, por que não cai?" "Não sei, pergunta pra tua professora. Te disse pra ficar quieto."

> Excerto do conto O diabo não dorme, do escritor uruguaio Mário Arregui em seu livro Cavalos do Amanhecer; A Cidade Silenciosa (L&PM)

Na cruz, Jesus deixou sua mensagem 

de humildade. Na ressurreição, sua mensagem de poder sobre a matéria. Feliz Páscoa

a todos os leitores!