13 maio 2022

O chinês TikTok desafia as "big techs" norte-americanas

 



Semana passada foi lançado em português o livro TikTok Boom, do jornalista britânico Chris Stokel-Walker, que trata da ascensão em nível internacional do TikTok, rede social criada pela chinesa ByteDance, baseada na divulgação de microvídeos bastante dinâmicos. O fato é que ele atualmente está pondo em risco a hegemonia das big techs norte-americanas, em meio ao cenário das disputas tecnológicas entre os EUA e a China.


Criado pelo empresário chinês Zhang Yiming, 39 anos, o TikTok é na verdade um aplicativo dividido em dois: ele, voltado para o público internacional, e outro, com o nome de Douyin, voltado para o mercado chinês, submisso aos ditames governamentais do país, o que inclui vídeos com propaganda do governo comunista. 

Em 2020, com a pandemia, o TikTok tornou-se o aplicativo mais baixado no mundo. 
"O TikTok mudou comportamentos, revolucionou a indústria musical, trouxe à tonas novas formas de criatividade e criou influenciadores cada vez mais jovens",

lembrou o jornalista Mateus Camillo em matéria publicada a respeito do aplicativo na Folha de S. Paulo de domingo 8/mai, da qual extraí elementos para esta postagem. É interessante observar que os aplicativos inspirados nele, criados pela Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp no catálogo), não foram bem-sucedidos. 

"Se as primeiras décadas da internet foram moldadas com base em um modelo americano, o futuro pode vir a se parecer, em vários aspectos, com a maneira como os chineses interagem com a tecnologia",

escreve Stokel-Walker em seu livro. Quanto a mim, continuo apenas como usuário do Facebook, WhatsApp e Twitter, o que já está de bom tamanho.


Reações políticas contra o TikTok


Em meio ao seu sucesso, o aplicativo teve que enfrentar a condição de inimigo público 1 de Donald Trump, desde que ocorreu o episódio em que um evento de sua campanha presidencial foi prejudicado pela ação de jovens seguidores do aplicativo que simplesmente esgotaram os ingressos e não apareceram... Trump deu o troco: deu uma ordem para que se banisse o TikTok dos Estados Unidos sob a acusação de ele estar passando informações de usuários norte-americanos para o serviço de inteligência chinês.

Outra ação, mais séria, foi seu banimento da Índia, onde contava com 200 milhões de usuários. Foi acusado, juntamente com outras ferramentas chinesas, de serem "prejudiciais à soberania, integridade e defesa da Índia, segurança do estado e ordem pública". A ação tinha como pano de fundo a questão política entre os dois países por disputas territoriais e aconteceu logo que um jovem indiano sofreu bullying por ter se vestido de mulher. 





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