O propósito da mídia não é informar
o que acontece, mas sim o de moldar
a opinião pública de acordo com a vontade
do poder corporativo dominante.
Noam Chomsky
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HISTÓRIA |
1ª e 2ª Guerras: conflitos com a comunidade alemã em Porto Alegre (1)
Até o início de 1917, o Brasil mantinha-se neutro em relação à 1ª Guerra Mundial. De qualquer forma, os brasileiros-teutos que habitavam Porto Alegre, como não poderia deixar de ser, torciam pela Alemanha e a Áustria. Além disso, mesmo alguns brasileiros de origem latina faziam o mesmo. Em fevereiro de 1917, o cenário mudou. Com a finalidade de cortar os suprimentos dos adversários da Alemanha transportados pelo Atlântico, um navio mercante brasileiro, o Paraná, foi bombardeado por submarinos alemães. Como consequência, o Brasil rompeu suas relações diplomáticas com a Alemanha.
Porto Alegre mobilizou-se. O povo foi às ruas, movido por um inflamado sentimento de patriotismo. Na noite de 17 de abril, os jornais alemães da cidade, bem como O Diário, simpatizante da causa alemã, foram apedrejados pela população. No dia seguinte, o proprietário do Novo Hotel Schmidt foi acusado de ter dado um tiro num bonde que carregava manifestantes. O caldo engrossou. Então, em ruas centrais da cidade ocorreram mais apedrejamentos, saques e incêndios tendo como alvo estabelecimentos de alemães ou de seus descendentes. A bela e tradicional Sociedade Germânia, na rua Doutor Flores, foi completamente destruída pelo fogo. Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, os conflitos e quebra-quebras como esses tornaram a acontecer, assunto para a semana que vem.
Fonte | Sérgio da Costa Franco, em seu livro A Velha Porto Alegre (Edigal, 2015)
RACISMO ESTRUTURAL |
Na sala de aula,
alunos separados pela cor
Eu chegava para mais um dia de aula. Com um tom de urgência pedi aos estudantes que se organizassem na sala para uma atividade avaliativa. Enquanto se acomodavam, uma aluna cochichou para mim: "Professora, a senhora percebeu o que aconteceu na sala hoje? Notou alguma coisa errada?" Eu fiquei ali, como que naqueles antigos jogos dos sete erros, tentando identificar o que havia acontecido. Percebendo meu esforço ela disse: "deste lado da sala estão todos os alunos brancos e daquele lado todos os alunos negros". Foi um soco no meu estômago. O racismo estrutural estava ali, invadiu a sala de aula e eu, finalmente, o vi.
> Ana Karin Nunes, diretora de Comunicação da Adufrgs-Sindical, professora da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, em seu artigo O dia em que vi o racismo estrutural na sala de aula, publicado em 21/nov/23 no saite sul21.com.br.
GUERRA |
Os norte-americanos
e o conflito em Gaza
Pesquisa da Reuters/Ipsos aponta que 68% dos norte-americanos são a favor de que Israel encerre seus ataques a Gaza e haja cessar-fogo. Assim como a maioria dos EUA não entende por que o dinheiro de seus impostos vai pra cobrir gastos de guerra de um país distante em vez de ser investido no bem estar da própria população americana.
> Hildegard Angel, em seu artigo Aos palestinos só resta a esperança dos super-heróis da Marvel, publicado no saite brasil.247.com em 06/dez/23
A propósito | A "caça às bruxas" contra as pessoas que denunciam o ocorrido na Faixa de Gaza anda em alta em Hollywood. A atriz Melissa Barrera foi demitida da produção de Pânico 7, próximo filme da franquia de terror, por causa de comentários feitos nas redes sociais em apoio a palestinos e à população da Faixa de Gaza, segundo a revista Variety. Quem também sofreu boicote foi a consagrada atriz Susan Sarandon. Ela foi abandonada por sua agência após denunciar o genocídio em Gaza.
Fonte | Hollywood promove "caça às bruxas" e Tom Cruise impede que sua agente seja demitida por defender Palestina, matéria publicada no saite brasil.247.com em 22/nov/23
LÍNGUA |
Do dicionário de porto-alegrês
Chutar = Dar um palpite.
Emputecer = Ficar muito brabo.
Mina = A jovem, a eventual namorada. Provável influência do espanhol portenho.
Mistureba = Mistura estranha.
Fonte | Dicionário de Porto-Alegrês, de Luís Augusto Fischer (L&PM, 2022)
Mais |
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Parabéns, Cem Ideias divino .
ResponderExcluirTrouxesse uma lembrança que pode ter sido causa de manifestos aqui novamente. Em todos os artigos ótimas reflexões. Acho que na época que trabalhei os alunos não tinham mais essa história de se separarem devido a sua cor mas sempre tivemos um número muito maior de brancos estudando.
Em todos os lugares do mundo não se pode ter um lado para se defender ou se está com a maioria ou se é posto de lado, triste situação.