21 julho 2024

TRABALHO escravo no Brasil | Páginas de um genocídio | Filhinho de papai, punições alternativas | Minancora, a pomada milagrosa...

 



Nós temos uma das elites mais opulentas,
antissociais e conservadoras do mundo.

> Darcy Ribeiro


Trabalho escravo
no Brasil | Apenas levando-se em conta o ano passado, 3.240 trabalhadores foram regatados de condições de trabalho análogas à escravidão, um índice 57% superior àquele a 2022, informa a matéria recente de Mariana Serafina para a CartaCapital. Entre 1995 e 2023, foram 63.516, principalmente em setores ligados à criação de bovinos e cultivo de cana-de-açúcar - uma espécie de "herança" dos 300 anos da escravatura*.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, através do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escrevo "vai incluir o trabalho doméstico aviltado entre as práticas de escravidão contemporâneas a serem combatidas com prioridade pelas autoridades", diz o texto. Muitas vezes meninas são entregues pela própria família a uma outra, mais abastada, na expetativa que possam ter uma vida melhor. " O fato é que "elas não têm vida social própria, não têm autonomia. Não sabem ler nem escrever", observa Tatiana Leal Bivar Simonetti, procuradora do Ministério Público do Trabalho, ouvida para a reportagem. "Não é só uma dependência financeira, é uma situação de completa submissão", ressalta.

* Entre 2002 e 2023, 68% eram negros. 34% estudaram apenas até o 5º ano incompleto, 27% eram analfabetos.






Filhinho
de papai,
punições alternativas | Na prática, jovens negros, pobres  periféricos quase sempre são considerados traficantes, com pena de até 15 anos de reclusão, ao passo que jovens brancos e moradores de bairros abastados costumam ser enquadrados como usuários, sujeitos a punições alternativas à prisão, mesmo quando são flagrados com quantidades idênticas ou superiores de entorpecentes.

> Fragmento da nota Drogas/Vitória de Pirro? publicada na coluna A Semana em CartaCapital de 3/jul/24



Páginas
de um genocídio | O escritor palestino Alef Abu Saif, 51 anos, à época ministro da cultura da Autoridade Palestina,  encontrava-se na Faixa de Gaza quando houve o atentado do Hamas a Israel. Preferiu permanecer na região em que nasceu, cresceu e onde tinha familiares. Durante quase três meses registrou o que presenciou na tragédia que se abateu sobre Gaza em função do revide descomunal por parte dos israelenses comandados pelo extremista Benjamin Netanyahu, Primeiro Ministro responsável direto pelo processo de um verdadeiro genocídio sofrido atualmente pelo povo palestino sob a indiferença quase que total da comunidade internacional.

Saif acabou registrando durante quase três meses o que presenciou da horrenda agressão militar sofrida pelos palestinos que habita a região, que registrou no livro Quero estar acordado quando morrer; diário do genocídio em Gaza, com previsão de lançamento em português que estava previsto para este mês. Um fragmento da obra foi reproduzido na edição de julho da revista Piauí, do qual extraí esta pequena passagem:

"A casa onde nasci e cresci foi devastada. (...) A casa onde Hanna e eu começamos uma família e tivemos nossos primeiros quatro filhos. O piloto do F-16 escolheu nossa casa em particular. Com toda a tecnologia à disposição, os israelenses poderiam ter visto que estava vazia. Ainda assim, esta foi a missão na noite passada: destruir a casa de minha família e outras seis."

Mas enfim, para finalizar, recorro a uma frase do Antigo Testamento, livro sagrado da fé judaica: "Quem com ferro fere, com ferro será ferido." 


Minancora,

a pomada milagrosa... | A conhecida pomada Minancora foi criada em 1912, em Joinville, SC, por um farmacêutico português chamado Eduardo Augusto Gonçalves, à base de cânfora, óxido de zinco e e cloreto de benzalcônio e no ano seguinte passou a ser vendida ser vendida em várias cidades do País. País. Anúncio de jornal em 1915 alardeava suas qualidades curativas para, entre outras coisas, sardas, espinhas, sarna e hemorroidas. Era possível adquiri-la pelo Correio, através de um pedido pela caixa postal nº 7 de Joinville. Atualmente ela é recomendada para tratamento de espinhas e frieiras entre outros benefícios. Seu nome e logomarca estão relacionados com Minerva, deusa da sabedoria, e a palavra âncora, uma referência do inventor à sua ideia de permanecer no Brasil. 


Fonte | A origem da "pomada milagrosa", texto de Leandro Staudt em sua coluna Almanaque Gaúcho no jornal Zero Hora de 12/jul/24.




2 comentários:

  1. Cem Ideias sempre nos faz refletir muito sobre tudo que aborda. Parabéns.
    Minancora faz parte ainda de minha vida. Utilizo para muitas coisas.

    ResponderExcluir
  2. Minha mãe foi a caçula de 18 filhos. Sem condições de cria-la adequadamente,foi colocada numa casa onde ficou e trabalhou dos 6 aos 15 anos. Mas foi melhor sorte do que uma de minhas tias que partiu de inanição,no colo de minha avó pedindo por comida...

    ResponderExcluir