18 janeiro 2025

(18/01) Cinema brasileiro junta os cacos | "Nação guerreira" | Ma ma ma ma | Unificar lutas




_______________
Porto Alegre, 18 de janeiro de 2025

CULTURA | Cinema brasileiro
junta os cacos

"Estamos juntando os cacos. Passamos por quatro anos muito difíceis, de remada contra a maré. Então, temos de celebrar a volta por cima do cinema brasileiro", afirmou o cineasta Walter Salles, diretor de Ainda Estou Aqui. O fato é que depois de quatro anos sombrios de desgoverno no país, o cinema brasileiro dá sinais de recuperação. O filme acima citado já faturou da marca de 3 milhões de espectadores no país, Fernanda Torres, fazendo o papel da personagem principal, conquistou o Globo de Ouro. Vale destacar ainda os 3 milhões de pessoas que assistiram até agora outro grande sucesso: O Auto da Compadecida 2, sem falar naqueles com a marca de um milhão. Em 2024 o país bateu o recorde de número de salas: 3.509. Graças ao Decreto da Cota de Tela aprovado por Lula, teremos a exigência de que filmes brasileiros sejam programados em sessões com maior procura, a partir das 17h.

Fonte | Sou caipira pira, pora, reportagem de Ana Paula Sousa publicada em CartaCapital de 15/jan/25.




OPINIÃO | "Nação guerreira"

Assim se manifestou o ex-presidente Jimmy Carter, recém falecido, em resposta a Donald Trump sobre sua fala recente a respeito da China: "Você tem medo que a China nos supere e eu concordo como você. Mas você sabe por que a China nos superará? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, desde esta data... você sabe quantas vezes a China entrou em guerra contra alguém? Nem uma vez. Os Estados Unidos é a nação mais guerreira da história do mundo, pois querem impor aos Estados que respondam ao nosso governo e ao valores norte-americanos em todo o Ocidente e controlar as empresas que dispõem de recursos energéticos em outros países."



 

TRABALHO | Unificar lutas

"A classe trabalhadora não é uma massa homogênea. As mulheres negras recebem os piores salários, os jovens LGBTQIA+ enfrentam altíssimas taxas de desemprego. Como falar de luta de classes sem enxergar essas especificidades? No fundo, estamos falando de como o capitalismo utiliza as opressões para explorar e dividir ainda mais os trabalhadores. (...) O que precisamos é unificar as lutas." 

Fonte | Entrevista de Erika Hilton, deputada federal pelo PSOL-SP, publicada em CartaCapital de 31/dez.




VARIEDADES | Umas & Outras

O sol é branco. A coloração amarela é determinada pela atmosfera terrestre. Nunca mais irei desenhar o sol usando lápis de cor amarela! *** Quer me parecer que "Ainda estou aqui" foi o melhor filme brasileiro a que assisti na vida. *** Nenhuma crença religiosa tem o direito de pretender impor suas convicções aos outros. Isso tem um nome: incivilidade. *** "Não basta protestar ou buscar meios de impedir a propagação de fake news. A lei deveria obrigar as plataformas a rastrear todos os destinatários de mensagens criminosas, para fazer retornar a eles os desmentidos com o devido chamamento à razão." (Wilson Roberto Barbosa Ramos, em carta publicada em CartaCapital de 31/dez) *** Ruy Castro no livro Uma pulga na camisola: o máximo de Max NunesPor que... chofer de avião se chama piloto? Fotógrafo de osso se chama radiologista? Roubo de gente bem se chama desfalque? *** "Ma ma ma ma" em chinês, em diferentes entonações, significa "Mamãe ralha com o cavalo". (Charles Berlitz, em As Línguas do Mundo)




11 janeiro 2025

(11/01) Editora Globo fez história | A ONU e suas limitações | Quando a foto é mais importante | O que isso significa?

 



_______________
Porto Alegre, 11 de janeiro de 2025

Lido por aí: O que a escola cívico-militar escondeu, a cultura ensinou em um livro e um filme. Eunice e Rubens Paiva ainda estão aqui.



Editora Globo
fez história |

Em dezembro de 1883, na Rua da Praia, a mais tradicional artéria de Porto Alegre, surgia a Livraria do Globo, que passou a ser ponto de encontro de intelectuais, jornalistas e escritores. Em 1899 lançou seu primeiro livro: Opúsculos de Filosofia Social: 1819-1829, de Auguste Conte, um sucesso de vendas numa região do Brasil então dominada pelas ideias positivistas. A livraria passou a ser também editora.

Outros autores estrangeiros de renome tiveram seus livros traduzidos e publicados pela nova editora: Aldous Huxley, Baudelaire, Thomas Mann, Balzac e Proust, ao mesmo tempo que deu apoio a jovens escritores gaúchos da época, como Erico Verissimo e Mário Quintana. O primeiro se lançando como escritor com Fantoches, livro de contos, e o segundo, com Rua dos Cataventos, de poesia. O tempo passou e na década de 80 a editora acabou sendo adquirida pela Rio-Gráfica Editora, que passou se chamar Editora Globo.

Fonte | Rua da Praia: um passeio no tempo, de Rafael Guimarães, Libretos (2010).

Não, pessoal! O Globo de Ouro
não tem nada a ver com a TV Globo.
O que isso significa? |

"Enquanto isso [em Israel], o filho da chefe do serviço de psiquiatria um dia subiu na cama e decidiu que não voltaria a descer. O que isso significa? O que significa a opção de focar o relato de uma guerra na história de um menino israelense que sobe em sua cama, se agarra a ela, passa dias nessa situação e decide que nunca mais vai descer? O que significa na comparação com as 11 mil crianças e as 6 mil mulheres mortas em Gaza?"

> João Paulo Charleaux, em sua reportagem Visita ao epicentro da guerra, publicada em Quatro Cinco Um de nov/24.

A propósito: Nesta semana, o escritor Avi Steinberg, 28 anos, anunciou oficialmente que está renunciando à sua cidadania. "A cidadania israelense sempre foi uma ferramenta de genocídio - então estou renunciando à minha" - afirmou. Enquanto isso, o jogador de futebol norueguês Ole Saeter desistiu de uma contratação de valor expressivo por parte de um clube israelense em função de suas crenças morais e valores pessoais, segundo ele.

Quer dizer agora que no Fakebook
se poderá associar orientação sexual a distúrbios mentais numa boa?




Quando a foto
é mais importante |

"Hoje, o mais comum é ver alguém estar numa praia bonita, curtindo, mas os maior interesse é registrar aquilo para publicar, para que os outros saibam. Isso muda tanto a sensibilidade diante da natureza, afetando a transcendência. Quando você vai para a Bahia e vê um ritual do candomblé, é algo de arrepiar. Ainda assim, muitos preferem gravar a cena no celular e enviar para um monte de gente." 

> Maria Rita Kehl, psicanalista, em entrevista à CartaCapital de 31/dez/24.




A ONU e suas limitações |

"A ocupação israelense da Cisjordânia durou meio século sem que o Conselho de Segurança [da ONU] levantasse um dedo. Quando os EUA e seus aliados não conseguiram garantiram um resolução autorizando-os a atacar a Iugoslávia em 1998-99, valeram da Otan em vez disso, em violação patente da Carta da ONU. (...) Quatro anos depois, os Estados Unidos e Grã-Bretanha lançaram seu ataque ao Iraque, contornando o Conselho de Segurança."

> Perry Anderson, historiador britânico, citado por Gilberto Marigoni em seu artigo Multilatelarismo Mutilado, publicado em CartaCapital de 31/dez/24.


Postagem anterior |

(04/01) Certas perdas policiais | Contrata-se um familiar | A Islândia que você desconhece | Outras formas de mobilidade





04 janeiro 2025

(04/01) Certas perdas policiais | Contrata-se um familiar | A Islândia que você desconhece | Outras formas de mobilidade





_______________
Porto Alegre, 4 de janeiro de 2025




Certas perdas policiais |

Na quarta-feira (18/dez), em Santa Maria, mais um policial penal suicidou-se, no caso de sexo feminino. O quinto em um ano. 
"Estamos de luto. Não apenas pela perda de mais uma colega, mas pelo desmantelamento de nossa instituição. Quando um sistema que deveria formar e fortalecer seus profissionais se torna, ele mesmo, fonte de adoecimento, é hora de parar e refletir. O formato militarizado imposto pelo curso de formação é um exemplo cruel disso. (...) Regras desumanas, sem fundamento e absurdas se acumulam. Pequenos detalhes ganham dimensões absurdas, enquanto o essencial - a saúde mental e o preparo para a profissão - é negligenciado"
- denuncia documento elaborado pelo Sindipen - Sindicato da Polícia Penal.

Fonte | Luciano Velleda, em sua matéria Suicídio de policial penal acirra embate entre a categoria e o governo estadual, publicada no saite Sul21 em 20/dez último.




A Islândia
que você desconhece |


A Islândia é um país insular situado no Atlântico Norte com 193.000 km2, um pouco mais do que Pernambuco, por exemplo, e conta com 400 mil habitantes. Vejamos algumas curiosidades sobre ela:
- Educação, medicina e eletricidade são gratuitas. Não há exército.
- A confiança entre as pessoas é tão expressiva que não há necessidade de trancar carros e moradias.
- São considerados os maiores leitores do mundo.
- A votação é feita online.
- O número de turistas que a visita anualmente é duas vezes maior do que a população.
- Não há serviço militar. Interessados podem fazê-lo na Noruega.

Fonte | Ruth Toledo em sua conta no Facebook.

 

Contrata-se um familiar |

"Gosto de gente velha. Elas têm histórias, o que contar. Quando fui escrever o romance [Ojichan (Fósforo)], vi matérias sobre a solidão na terceira idade. Uma me impressionou: no Japão, há agências de atores que são contratados para fazer o papel de familiares dessas pessoas solitárias: a pessoa pensa, por exemplo, "eu quero um filho para passar o fim de semana comigo", vai na agência e contrata um filho..." 

Fonte | Entrevista com Oscar Nakasato, escritor nipo-brasileiro, à revista Quatro Cinco Um de nov/24.




Outras formas
de mobilidade |

"Em última instância, um sistema de transporte mais igualitário e com  maior consciência ambiental exigirá a redução do uso de automóveis, independentemente de como eles sejam abastecidos, e a adoção de outras formas de mobilidade que não só produzam menos emissão por pessoa, mas também ofereçam uma rota para a reimaginação de nossas comunidades de um modo que não dependa da abertura de espaços para os carros."

> Paris Marx, jornalista e podcaster, em seu livro Estrada para lugar nenhum (Ed. Ubu), citado por Bianca Tavolari em sua resenha Com os pés no chão, publicado em Quatro Cinco Um (nov/24).


Postagem anterior |

(28/12) Lazer à francesa | O Negro na história do Brasil | Tudo pelo deus Mercado | O Jornal Nacional